23.7.08

Estado pantanoso da justiça...

Este folhetim nunca mais tem um fim. A Justiça em Portugal é o pior dos cancros a minar o regime democrático.

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A VÍRGULA

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.


Pode ser uma alternativa à dúvida... ou à certeza.
Beije, não abrace!
Beije não, abrace!
Beije, não, abrace!


Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.


Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.


Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.


E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.


Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.


A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.


Uma vírgula muda tudo.
para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
( Um beijinho à Sara Lemos. Sem vírgula. Ponto final.)

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21.7.08

A "utopia" cubana...

Num canto envergonhado de um jornal, noticiava-se, ontem, que o Presidente cubano, Raul Castro, decidira atribuir terrenos agrícolas aos privados. Depois de Fidel, esta notícia seria mais uma... depois da permissão dos telemóveis e da compra de micro-ondas. O motivo para tal decisão é que era intrigante. A maioria do solo arável era propriedade do Estado, no consulado de El Comandante. De acordo com os cânones socialistas. Mas, helas, as terras encontravam-se abandonadas...ninguém as cultivava.
Mas, então, não era Cuba o exemplo do socialismo real, da igualdade?! A propriedade privada não era um vício capitalista?
Enfim, andou aquele homem a pregar durante 40 anos as delícias do socialismo para os renegados trabalhadores agrícolas o mandarem dar uma volta. Não é justo,convenhamos. O melhor que El Comandante tem a fazer é pôr as barbas de molho...

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20.7.08

Apanhados...

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Porque hoje é domingo


"Ser monogâmico é difícil para muitos, mas, para outros, nem tanto."
Scarlett Johansson, actriz



Se a menina o diz...quem sou eu para a desmentir?!

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18.7.08

Para as pessoas únicas, para ti...



disse-me alguém um dia destes…



somos todos peças únicas cujo molde se partiu.



e eu respondi-lhe,



pois, mas uns são mais únicos do que outros...




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A frase

"Os 20 por cento de portugueses mais ricos ganham sete vezes mais que os vinte por cento de portugueses mais pobres."

Vasco Pulido Valente, in Público

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Uma coisinha gira I

As 7 Notas Musicais


A origem é uma homenagem a São João Baptista, com seu hino:

Ut queant laxis (dó) Para que possam
Re sonare fibris ressoar as
Mira gestorum maravilhas de teus feitos
Fa mulli tuorum com largos cantos
Sol ve polluit apaga os erros
La bii reatum dos lábios manchados
Sancti Ioannis Ó São João

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Luar à luz do Sol.





O sol nas noites e o luar nos dias



De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.



Natália Correia
Poesia Completa
Publicações Dom Quixote
1999

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17.7.08

My sweet and deep dreams



You're only just a dreamboat
Sailing in my head
You swim my secret oceans
Of coral blue and red
Your smell is incense burning
Your touch is silken yet
It reaches through my skin
And moving from within
It clutches at my breast

But it's only when I sleep
See you in my dreams
You got me spinning round and round
Turning upside-down
But I only hear you breathe

Somewhere in my sleep
Got me spinning round and round
Turning upside-down
But its only when I sleep

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16.7.08

Tempestade e Desacato...







deixa-me ser aquele beijo fugidio na espera do semáforo.

o meu braço nos teus rins em abraço que não fica.
e rir, rir sempre no teu rosto que imagino sério,
lembrar o teu riso cristalino de homem.


minha pernas que tropeçam nas tuas,
fingindo que te abraço,
fingindo que acaricio o teu rosto...


deixa-me ser infantil nessa mordidela de lábios,procura de língua em plena avenida,desacato público...perdida, tonta e apaixonada.


e deixa-me ser ainda um abraço nas tuas costas,
nessa atitude de quem quer e rejeita...
como é bom sentir-te assim, solto....

agora…não digas nada,
fecha a porta com o pé.
crucifica-me em ventre contra a parede,
molda-te em mim...


tu e eu, o mundo lá fora...
tu e eu...
entre nós, nem ar nem limites.


isso, assim,
marca o compasso do desejo em mim,
sigo os teus movimentos, discípula nesta dança silenciosa.

a tua respiração no meu pescoço,
marca de dentes no meu ombro,
beijos selvagens em quem de mim não vejo...

apenas sinto e ardo, dançando sempre...

até o grito não se conter
até a rouquidão ferir os tímpanos
até a tua marca por mim,
em mãos,
saliva e suor
determinarem o último fôlego.

tu…
não sei se deus ou demónio
se perdição ou encontro
só sei que me trazes a vida,
a mesma que perdi,
que me retiraram e atiraram fora.


turva-se-me a mente,
entorpecimento de membros...…

e a palavra, batida de coração que se repete
tua! tua! tua!

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14.7.08

Um desejo de dia bom e de excelente semana...



porque há amores que têm o formato de um sorriso numa flor.

como aquele, Único, Universal que, saído de uma prece, de um pensamento em Deus, se caracteriza pelo bem-querer desinteressado ao próximo.




Amar é um acto de sobrevivência para quem ama e é amado.

é sentir-se vivo, dando vida.

é sentir esperança aumentando a dos outros, é sentir-se maior quando aquele que deveria ser nosso, sonhado eterno, falha.


e porque é Belo, este Amor vive também ele de beijos, abraços e de palavras. sem egoísmo.

quem o sente, nunca vive só ou infeliz.

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13.7.08

Tinhas de ser tu!





Tinhas de ser tu!

O teu olhar prendeu-me na volta dessa esquina,
Onde esperavas encostado,
De sorriso fixo e mão solta.

Toquei-te com o meu Tempo,
Contornaste-me no espaço vasto, tão meu.

E sentaste-te na minha vida
Onde sempre te esperei.

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Porque hoje é domingo

Num daqueles concursos tipicamente americanos, a revista "In Touch" elegeu os seios desta menina como os mais sexy de Hollywood.
Não concordo, de todo. Por mim, votaria nesta.

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O Reino Maravilhoso

Aproveitando uma pausa nos afazeres profissionais, dei comigo em viagem por Trás-os-Montes. Breve e fugidia, a incursão fez-me bem à alma e ao corpo. Se os espaços urbanos não me surpreenderam - talvez apenas Chaves, pela sua verdejante paisagem e os espaços públicos bem cuidados - foi a agreste paisagem e algumas aldeias típicas do parque natural de Montesinho que me deliciaram. Da rica gastronomia, a posta de vitela mirandesa, regada a preceito com um vinho da região, alimentou-me o estomâgo. Numa breve passagem por Espanha, para visitar o Lago de Sanabria, dei-me conta do quanto é preciso fazer para aproveitarmos as riquezas naturais que existem no nosso País. Nas margens do Lago, pequenas unidades hoteleiras e restaurantes, oferecem ao visitante condições para uma estada aprazível.
Nestes dois dias por terras do Marão, veio-me à memória esse grande nome da literatura, Miguel Torga, que deixou a mais rica descrição, que eu conheça, desse reino maravilhoso. Embora seja um texto longo, aconselho vivamente a sua leitura.
"Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.
Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:
- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso.
A autoridade emana da força interior que cada qual traz do berço. Dum berço que oficialmente vai de Vila Real a Chaves, de Chaves a Bragança, de Bragança a Miranda, de Miranda a Régua.
Um mundo! Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia, que tanto se levanta a pino num ímpeto de subir ao céu, como se afunda nuns abismos de angústia, não se sabe por que telúrica contrição.
Terra-Quente e Terra-Fria. Léguas e léguas de chão raivoso, contorcido, queimado por um sol de fogo ou por um frio de neve. Serras sobrepostas a serras. Montanhas paralelas a montanhas. Nos intervalos, apertados entre os rios de água cristalina, cantantes, a matar a sede de tanta angústia. E de quando em quando, oásis da inquietação que fez tais rugas geológicas, um vale imenso, dum húmus puro, onde a vista descansa da agressão das penedias. Mas novamente o granito protesta. Novamente nos acorda para a força medular de tudo. E são outra vez serras, até perder de vista.
Não se vê por que maneira este solo é capaz de dar pão e vinho. Mas dá. Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que de baixo o seca, erguem-se os muros do milagre. Em íngremes socalcos, varandins que nenhum palácio aveza, crescem as cepas como os manjericos às janelas. No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra-Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam e trabalham. Depois sobem. E daí a pouco há sol engarrafado a embebedar os quatro cantos do mundo.
A terra é a própria generosidade ao natural. Como num paraíso, basta estender a mão.
Bata-se a uma porta, rica ou pobre, e sempre a mesma voz confiada nos responde:
- Entre quem é! Sem ninguém perguntar mais nada, sem ninguém vir à janela espreitar, escancara-se a intimidade duma família inteira. O que é preciso agora é merecer a magnificência da dádiva.
Nos códigos e no catecismo o pecado de orgulho é dos piores. Talvez que os códigos e o catecismo tenham razão. Resta saber se haverá coisa mais bela nesta vida do que o puro dom de se olhar um estranho como se ele fosse um irmão bem-vindo, embora o preço da desilusão seja às vezes uma facada.
Dentro ou fora do seu dólmen (maneira que eu tenho de chamar aos buracos onde vive a maioria) estes homens não têm medo senão da pequenez. Medo de ficarem aquém do estalão por onde, desde que o mundo é mundo, se mede à hora da morte o tamanho de uma criatura.
Acossados pela necessidade e pelo amor da aventura emigram. Metem toda a quimera numa saca de retalhos, e lá vão eles. Os que ficam, cavam a vida inteira. E, quando se cansam, deitam-se no caixão com a serenidade de quem chega honradamente ao fim dum longo e trabalhoso dia.
O nome de Trasmontano, que quer dizer filho de Trás-os-Montes, pois assim se chama o Reino Maravilhoso de que vos falei."
"UM REINO MARAVILHOSO (TRÁS‑OS‑MONTES)" in Portugal, 5ª edição revista, Coimbra, Ed. do Autor, 1986, pp. 27‑43.

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Nota explicativa

Na caixa de comentários, vários leitores deste blogue têm questionado a ausência de um dos colaboradores deste espaço, O Sátiro. Ele não tem podido dar o seu contributo, apenas por razões, digamos, logísticas. Em breve voltará ao nosso convívio.
Em nome dele, deixo aqui o agradecimento.

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12.7.08

Ao rubro, nasce-me em mim, fruto




As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.

Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.

Creio-te mesmo dona do universo.

Vou trazer-te das montanhas flores alegres "copihues",

avelãs escuras, e cestos silvestres de beijos,

Quero fazer contigo

o que a primavera faz com as cerejeiras.


Pablo Neruda

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11.7.08

A frase

No debate na Assembleia da República, durante o debate Estado da Nação, a metáfora do Robin dos Bosques, foi a figura do dia.

A taxa Robin dos Bosques lançou a confusão quando Francisco Louça comparou as petrolíferas aos “ladrões do castelo”. Sócrates fez o papel que faltava, o de Xerife de Nottingham.

  • Você acha razoável chamar ladrões a empresários? Tenha tento na língua"

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Avaliação de professores

Já aqui se falou várias vezes sobre o modelo de avaliação dos professores. Pela mão de um amigo, Paulo P., chegou-me este texto de uma advogada que questiona a exequibilidade do regime de avaliação docente.
Avaliação dos professores
Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.).
Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.
A carreira seria dividida em duas: Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico.
A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc. A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...
Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.
A questão é saber se consideram aceitável o modelo?
Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões?
Será???!!!
Já agora... Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes...

Opinião de uma advogada

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10.7.08

Descobre-me!



fecho a porta do mundo com o pé, cansada dele por hoje, pelo amanhã em que o recusarei.



cheiro de um jeito instintivo, quase animal, o aroma da tua presença. as quatro paredes exalam a ti mas são já os teus braços envolvendo-me, abraçando-me, frenéticos dizendo, rugindo ao meu ouvido...





esquece! esquece! deixa o lá fora. o mundo, o nosso, começa onde começamos Nós.



e não haverá mais nada ou alguém...





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9.7.08

Ficção I






Atrais-me assim, quando sorris, quando as tuas palavras me soam a beijos, os teus gestos a ternura.

E se nada te digo é porque as palavras ainda não me chegaram, encerradas num cadafalso sem memória, sofrido!

Basta-me o teu ombro de outrora, o mesmo que recusei, de que duvidei.

Sorri apenas, peço-te.

Para que não duvide se me deres mais,
de mais.

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Facilitismo: to be or not to be (?)

Ainda sobre o dito “facilitismo” dos exames…

Eu própria, no último ano lectivo de tortura trianual de correcção de exames de 12º, me lamentei pelo cada vez maior “facilitismo” dos exames e embora reconheça que a facilidade não seja sempre assim tão evidente e comprovada.

(há questões que por vezes são verdadeiras ratoeiras, inteligentes…)

E todos os anos há quem proteste pois os exames são sempre mais fáceis do que os testes de avaliação que fazemos aos nossos alunos e embora seguindo a estrutura de exame.

Mas ainda bem que assim é… Quem prepara os alunos para a prova final somos nós não o exame em si. Este é, todos os anos, um tiro no escuro, nunca sabemos as modas que pairam, a matriz chega-nos agora sob a forma de uma prova modelo, tão variada nas suas variantes (?) rss que dizemos, ou pelo menos eu digo, que o dever de qualquer prof é pensar no pior, no mais difícil, para que n surjam surpresas sob a forma de “invenções ministeriais”.

Por outro lado, sabe-se que um exame de 12º ano não pode ter carácter eliminatório. Se assim fosse, todos os princípios em que assenta a avaliação do ensino secundário, a própria fórmula a considerar para cálculo da média final, deixariam de fazer sentido. Do mesmo modo, o peso que o resultado do exame tem para obtenção da referida média, seria posto em causa…

Agora, facilitismo? Sim, por aquilo que muitos poderão considerar um preciosismo mas que irrita deveras os profs – este ano, os colegas de Matemática inclusive, pela tão badalada prova realizada na 1ª fase porque normalmente são sempre os queixinhas de Português a fazerem-se ouvir e que pode acontecer pelo caso que se segue:

- a estrutura da prova de Português aponta para um primeiro grupo a valer 100 pontos, um segundo que este ano passou de 60 do ano passado para 50 este ano e um terceiro, que valia 40, para um valor de 50. O segundo grupo é constituído por um conjunto de questões de escolha múltipla ou de correspondência lógica, gramatical ou outra. O facto de terem sido retirados 10 pontos/1 valor ao segundo grupo e de se ter valorizado a produção escrita no último grupo, denota alguma preocupação pela valorização da escrita.

(factor que, talvez, não tenha sido estranho aos resultados da 1ª fase na disciplina de Português)

O que é que acontecia por vezes? Um aluno que revelasse sérias dificuldades na escrita, atingia praticamente a positiva só pelo segundo grupo, a valer 60 pontos o que, quando equiparado com um outro que escrevesse razoavelmente e que tivesse atingido a mesma nota ou similar, não deixaria de parecer uma grande injustiça.

Claro que as coisas não seriam encaradas desta forma se não estivesse em causa a defesa da nossa língua, se os referidos alunos não ingressassem no ensino superior e manifestassem dificuldades na leitura, na interpretação e na redacção de matérias, das provas universitárias.
Naturalmente que o problema não é do 12º ano nem tão pouco do ensino secundário. O problema vem das basezinhas como diria o padre de Os Maias, vem da primária, vem da certeza que temos, cada ano, de que os alunos terão oportunidade de aprender o que não conseguiram, até então, no ano seguinte.

Esse ano que nunca chega… até ser tarde de mais.

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8.7.08

Nudez de Mim-Ser.




arranca-me estas sombras que construí em envolvência de mim, capa protectora da minha alma.

desfaz os laços um a um, suave, acariciadoramente, tocando-me ao de leve com as pontas dos dedos, pontos de luz sobre mim, aquecendo-me, iluminando-me aos poucos.

e prossegue, verticalmente, de cima para baixo, separando o negro da minha pele morena, pondo-me a descoberto.

então, aproxima os lábios quentes do que vês, encosta-os e veste-me com o seu calor e, no que me sobra, revitaliza-o sob o vigor das tuas mãos.

porque, sabes, não são só sombras o que encontrarás mas gelo fino, daquele que deixa que nos adivinhem, baços.

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7.7.08

Amor-mel



estranho grito este que se me forma no fundo da garganta,

sobe aos meus lábios em jeito de nome,

sabendo a mel virgem como tu.

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6.7.08

Porque hoje é domingo


" Só durmo de luz apagada se estiver acompanhada"

Rita Pereira, actriz de Morangos com Açucar
E que tal esta música para as noites de insónia?

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5.7.08

Corpus Lexicográfico do Português

Uma boa notícia para os estudiosos da Língua Portuguesa. O Corpus Lexicográfico do Português é um projecto de investigação sediado na Universidade de Aveiro e apoiado pela FCT, que trabalha sobre o texto antigo, particularmente sobre o texto dicionarístico, promovendo a sua edição e o tratamento em base de dados.
Deixo a ligação.

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4.7.08

A frase

"Há quem diga que a entrevista [de José Sócrates] à RTP foi um estertor. Não me parece, mas nota-se que muito do que estava cimentado é hoje colado com cuspo. E continua a não haver autocrítica. Nem uma gota".
Nuno Rogeiro, in Jn

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3.7.08

Momento I

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Por vezes chegam-nos poemas assim...


há dias em que nos chegam poemas, assim, sem palavras, sem rima, sem sonhos...

são poemas únicos, fruto da sensibilidade, da vontade de quem os escreve, soltos, espontâneos e inconscientes, belos como nenhum outro.

normalmente entram pela fresta da alma, tocados pela brisa delicada dos sentimentos.

são como um choque eléctrico acompanhados de harpa...

o meu teve o cheiro húmido da vegetação, daquele orvalho que marca a frescura dessas manhãs em que acordamos sós e despidos...
'estás bem?' dizia.


só isto...
e o meu dia começou ali.

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A entrevista de Sócrates

Não assisti em directo à entrevista que Sócrates deu ontem à RTP 1. Vi-a, em diferido, e li excertos na imprensa escrita.
Sócrates só podia ter dado esta entrevista nesta estação de televisão. Por ser estatal, por ter ido para o ar um dia depois da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, ter sido também entrevistada na TVI. Os favores da nomeação para a direcção de um meio de comunicação, sob o controle do Estado, pagam-se. Como diria alguém, não há almoços grátis.
O conteúdo da entrevista não surpreende, como não surpreendem as perguntas e os temas abordados pelos jornalistas.
No dia anterior, tinham sido divulgados os dados relativos ao aumento do desemprego em Portugal. Nenhuma pergunta foi feita nesse sentido, tema não abordado.
A classe média tem sofrido uma forte diminuição do poder de compra ao longo destes últimos anos. Nenhuma palavra de esperança em relação a isso.
O Tratado de Lisboa foi assinado, com pompa e circunstância, há uns meses. O próprio Sócrates, como se disse aqui, referiu a importância do mesmo, da sua ratificação e aplicação. Conforme se sabe, depois do Não no referendo irlandês, a Europa enfrenta um novo desafio e não sabe como sair deste imbróglio. Também os entrevistadores não souberam - não quiseram - questionar o primeiro-ministro sobre o assunto.

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Ingrid Betancourt

Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial, foi feito prisioneira, há seis anos, pelas FARC, grupo terrorista da Colômbia. Um outro terrorista, Hugo Chavez, anunciou, várias vezes, a sua libertação, dialogando com os dirigentes das FARC, tentando, com isso, um reconhecimento internacional, não só para si como também para os guerrilheiros-traficantes de droga.
Felizmente que o exército colombiano repôs a legalidade e resgatou-a nas montanhas daquele país sul-americano. Ler mais aqui.

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Medina Carreira

Ontem, na SIC-N, ouvi o Dr. Medina Carreira fazer uma análise da situação económica do país. Há quem o considere um pessimista e alarmista em relação às perspectivas que adianta e aos avisos que lança. Infelizmente, as análises que tem feito ao longo dos tempos quase sempre lhe dão razão.
Aos interessados deixo a ligação.

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2.7.08

Poema da semana

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu...como seriam felizes as mulheres
à beira-mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos...sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta...dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci...acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no
coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas de que alguma vez me visite a felicidade

Al Berto
O Medo, 1982

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O Manel dos Hipermercados

Já tínhamos o político das feiras. Com a anunciada descida do IVA em 1 ponto percentual, passámos a ter o Manuel dos hipermercados. Não deixou de ser trágico-cómico ver, ontem, em todas as televisões, o ministro da economia, Manuel Pinho, percorrer os corredores de hipermercados, fazendo-nos crer que houve repercussão da descida do IVA nos diversos produtos. Como operação de marketing, valeu a pena o esforço. Não se estranha, por isso, que, em operação de contra-propaganda, o sempre zeloso guardião do templo, Francisco Louçã de seu nome, saindo das prateleiras dos dentríficos, de papel na mão, tenha afirmado:
- Há uma marca de pasta de dentes que não baixou o preço!
Com gente desta estamos safos. E se fossem todos a banhos?

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1.7.08

Delirante



Enrolam-se-me os sentidos em turbilhão
Na foz da tua boca,
O teu gosto forte e intenso rola-me pelo queixo, rebelde,

Enquanto se escoa nos intervalos de mim, quente e sedoso.

E experimento a fúria gravada nos limites de mim,
Curvas perdidas e singelas que sonhei
Beijadas e acariciadas pela suavidade das tuas mãos.

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Toda a paisagem é um estado de Alma - Bernardo Soares

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Arrepio d'Alma...



... este, o das palavras.

nascente de água pura, roldão de sentimentos que me arrasta, em cada momento de invasão, de posse alheia, em mim.

e quedam-se-me os sentidos, os gestos, a vontade…

tudo em mim é interior, tudo é Alma reservada para ti, envolta em algodão, incólume, pura, em desejo, em pele, arrepio interior como a escrita em que Sou...

... para ti, que conheces os meus pensamentos, os meus sentimentos, as minhas tristezas e alegrias. e mesmo quando sou desejo, mais ninguém o vê, o reconhece como meu, como ninguém vê a minha Alma...

e nessa essência que também é ser Eu, sou-te em palavras, recatados que estão os gestos que me impelem para esta forma de escrever.

e sorrio secretamente para esse segredo
só nosso.

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