31.12.06
30.12.06
Portugal, o exemplo...
PIB por habitante na UE 2003 2004 2005
UE 100 100 100
Zona Euro 107 106 106
Portugal 73 72 71
Irlanda 134 136 139
Holanda 124 125 126
Alemanha 112 111 110
França 108 108 108
Bélgica 119 119 118
Espanha 97 97 98
Grécia 80 81 84
Rep Checa 71 72 74
Eslovénia 77 80 82
A Morte!
29.12.06
Notícias da cultura!
Estão a mexer nos nossos bolsos!
- luz, aumento de 6 por cento;
- telefone, aumento de 2,75;
- transportes, aumento de 2,1;
- rendas, aumento de 3,1, com hipóses de chegar aos 4,7 por cento;
- saúde, taxas moderadoras com aumentos de 2,1 por cento; 5 euros/dia para internamentos; 10 euros para cirurgias em ambulatório;
A par destes, alguns outros se seguirão, nomeadamente o dos combustíveis, que acarreterão, em cadeia, muitos outros.
Aumento salarial previsto para a Função Pública: 1 % !!!
Passo a passo para a penúria, é o que é...
28.12.06
(Re) Leituras
Nota biográfica:
Miguel Torga, pseudónio literário de Adolfo Coelho da Rocha, nasce em 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Filho de gente do campo, não mais se desliga das origens, da família, do meio rural e da natureza que o circunda. Mesmo quando não referidos, estão sempre presentes o Pai, a Mãe, o professor primário Sr. Botelho, as fragas, as serranias, a magreza da terra, o suor para dela arrancar o pão, os próprios monumentos megalíticos em que a região é pródiga.
Entra no Seminário, donde sai pouco depois.
1928 - Ansiedade
1930 - Rampa
1931 - Tributo
1932 - Abismo
1936 - O Outro Livro de Job
1943 - Lamentação
1944 - Libertação
1946 - Odes
1948 - Nihil Sibi
1950 - Cântico do Homem
1952 - Alguns Poemas Ibéricos
1954 - Penas do Purgatório
1958 - Orfeu Rebelde
1962 - Câmara Ardente
1965 - Poemas Ibéricos
1931 - Criação do Mundo
1934 - A Terceira Voz
1937 - Os Dois Primeiros Dias
1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo
1939 - O Quarto Dia da Criação do Mundo
1940 - Bichos
1941 - Contos da Montanha
1942 - Rua
1943 - O Senhor Ventura
1944 - Novos Contos da Montanha
1945 - Vindima
1951 - Pedras Lavradas
1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo
1976 - Fogo Preso
1981 - O Sexto Dia da Criação do Mundo
1941 - Terra Firme e Mar
1947 - Sinfonia
1949 - O Paraíso
1950 - Portugal
1955 - Traço de União
Traduções:
Livros seus estão traduzidos para diversas línguas, algumas vezes publicados com um prefácio seu: espanhol, francês, inglês, alemão, chinês, japonês, croata, romeno, norueguês, sueco, holandês, búlgaro.
1969 - Prémio do Diário de Notícias
1976 - Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist.
1980 - Prémio Morgado de Mateus, ex-aecquo com Carlos Drummond de Andrade
1981 - Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S..
1989 - Prémio Camões
1991 - Prémio Personalidade do Ano.
1992 - Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.
1993 - Prémio da Crítica, consagrando a sua obra.
" O mestre, encabado nos socos abertos e abafado no varino de surrobeco, sempre atido ao venha a nós, recebia-nos conforme a pingadeira.
- O senhor passou bem?
- Olá, seu pardal! Ainda agora?
- Trouxe uma cesta de batatas, que já entreguei à senhora Marquinhas, e demorei- me um migalho...
-Bem...Bem...Amanhã vê se desembelinhas essas pernas.
Quando a dúzia de ovos tardava, ou o fumeiro parecia esquecido, ele próprio lembrava a falta.
E até os mais pobres apareciam de saquitel ao ombro. Mas havia de dar, e dar...E o tom de acolhimento variava.
- E tu, meu figurão?
- Fui prender a burra...
- A burra tem as costas largas!
E tinha. Escarrapachado nela, todo eu era uma aleluia pela veiga fora, a entoar de fio a pavio a história rimada do João Soldado, que paralisava o Marreta, moído de trabalho nos Três Bicos. Parava o enxadão, encostava-se ao cabo, e ficava maravilhado a admirar os versos e a memória do recitador.
Era uma vez um rapaz
Bem nascido e mal fadado...
- Queres vir ganhar o dia, a cantar? - perguntava-me de brincadeira, quando lhe passava em frente.
- Não senhor. Tenho de ir para a escola.
- Pois é pena, porque te pagava bem!
O mestre é que não queria saber de devaneios.
- Por hoje, as coisas ficam por assim. Mas volta a repetir a façanha, e verás o que te acontece!"
Miguel Torga, in A Criação do Mundo,
D.Quixote, 2ª edição, 1999
27.12.06
A luta continua!
Vá lá, não seja tão sisudo...
Sabias que...
Monica Lewinsky , a célebre estagiária da Casa Branca, no consulado de Bill Clinton, fez uma pós-graduação em Psicologia Social por uma prestigiada universidade inglesa?
- Consta que não chegou a fazer prova oral...
26.12.06
Para reflectir...
Há dias, em Londres, um forte dispositivo policial garantiu a segurança de uma manifestação de várias centenas de muçulmanos que gritavam: MORTE À LIBERDADE!
A Frase
Esta é a frase sobre a qual devia assentar toda a oposição, mas é natural que ninguém vá ligar muito ao que ele disse. Primeiro, porque foi Marques Mendes que o disse, e está na moda desvalorizar o que ele diz em detrimento de uma certa gritaria vazia de conteúdo que passa por ser “fazer oposição”, que só chega aos jornais porque é oposição à oposição e não oposição ao governo. Segundo, porque esta é uma das questões que não interessam discutir, no meio de tanto futebol, com o silêncio indiferente a apagar as frases de risco para o Governo. Marques Mendes tem que a repetir várias vezes e acrescentar-lhe mais elementos. Sosseguem os que vão dizer que é “preciso provar” porque provas estão por todo o lado, é preciso é iluminá-las pelo debate e repetir, repetir, repetir.
Marques Mendes, para ser ouvido, nesta fase(como noutras), tem ainda outro problema, o seu verdadeiro problema: mostrar que o PSD aprendeu com erros do passado e não repetirá o mesmo esquema e a mesma lógica de poder que o engenheiro Sócrates está a usar agora. Entre os artífices das armas que Sócrates manipula contou-se o PSD. Mais: contou-se e conta-se, porque o PSD é comparte do “projecto de poder” de Sócrates em pelo menos duas das áreas mencionadas, a justiça e a comunicação social.
Não escapou a ninguém a falta de rigor com que o PSD reagiu às recentes atitudes da ERC, e ao facto, mais uma vez demonstrado, de que, apesar de o PSD ser parte da sua composição, ou exactamente por isso, tal não significa nenhuma salvaguarda de qualidade, independência e pluralismo na sua composição; o que remete para as escolhas de pessoas, a área onde a responsabilidade das direcções partidárias é sempre maior, direi mais, total.
Depois há a questão do “projecto pessoal” de Sócrates que se percebe melhor no PS, por razões óbvias – é aí que o “pessoal”, que é também de grupo ou entourage, choca com interesses rivais. Aí basta acompanhar as manobras dos que se lhe opõem para se perceber como são eles os primeiros a achar o mesmo que Marques Mendes. Até agora, nas manobras a curto prazo, Sócrates deixou cemitérios por todo o lado. Alegre e Soares foram derrotados na contestação a este “projecto pessoal”, e acabaram para já submissos, mas há grandes manobras a médio prazo mais subtis e pacientes, mas tentando defrontar o mesmo adversário.
Voltando à frase inicial, ela implica duas coisas que são caminhos importantes para o debate crítico ir mais longe. Uma é insistir que “não está em curso nenhum projecto de mudança verdadeira do País", e não está. Na melhor das hipóteses, o governo PS está a tentar salvar o nosso débil modelo social, uma versão de terceira classe do modelo social europeu, garantindo-lhe mais uma década sem bancarrota à custa do empobrecimento de todos. Desse ponto de vista, estamos a garantir mais do mesmo, sendo que o mesmo é cada vez menos. Claro que para fazer isto com eficácia, o PSD tem que se demarcar das opções político-ideológicas do “modelo”, o que nem sempre faz. Tem que ser mais liberal, if you know what that I mean.
Outra é a identificação das áreas onde se materializa preferencialmente este “projecto”, e aí justiça – poder económico – comunicação social é a tríade certeira. É aqui que o governo está a centralizar tudo e a concentrar um poder para que não aceita verdadeiro escrutínio da Assembleia, nem verdadeiro debate público. É aí que um esforço de estudo (por parte da oposição) e acompanhamento crítico (no espaço público) se exige como pão para a boca.
25.12.06
FELIZ NATAL
24.12.06
Paganização do Natal
Muito se escrito e dito sobre a paganização do Natal, o consumismo, etc…, e a conversa é por demais conhecida.
Mas estamos a assistir a algo de muito pior do que a paganização de uma festa religiosa, que ainda era a homenagem que o vício pagava à virtude.
A própria palavra Natal está a ser progressivamente banida, em nome do respeito pelos que não nasceram nem cresceram com raízes cristãs. O ano passado – pela primeira vez na história dos Estados Unidos – o presidente Bush não desejou aos seus compatriotas “Happy Christmas”, mas “seasons greetings”. Em Inglaterra, o “politicamente correcto” agora é designar a quadra por “winterval”. Como de lá nos vêm os exemplos, calculo, sem excessivo pessimismo, que dentro de dez anos qualquer termo com directa ou indirecta referência a Cristo ou à Natividade seja abolido ou se confine a esferas estritamente privadas. Simultaneamente, qualquer alusão menos respeitosa a crenças alheias será rigorosamente vigiada e punida. O que está em causa não é uma guerra contra a religião ( como sucedeu, por exemplo, nos tempos da revolução francesa ou soviética ), mas contra uma cultura, assumindo-se a nossa como culpada ou a cultura culposa. Se ela o foi, ou se ela o é, é a nossa cultura e a culpa sempre morre solteira. Ajoelhamos perante valores alheios e cuspimos nos nossos. Mais algum tempo, mais alguma abdicação e, quando olharmos para trás, crentes ou agnósticos, não ficou nada. Ficou o vazio. Outros o ocuparão. Para essa invertida colonização caminhamos a passos largos com alarve inconsciência. Não será bom de se ver e muito menos de se viver. Até lá, Bom Natal.
23.12.06
O Governo que temos!
Natal
A noite de Natal. Em meu país, agora,
O que não vai até romper o dia, a aurora!
As mesas de jantar na cidade e na aldeia,
À luz das velas, ou à luz duma candeia,
Entre risadas de crianças e cristais
(De que me chegam até mim só ais, só ais!).
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
Pondo de parte ódios, torturas, aflições,
Que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
São todas em redor de uma toalha de linho!
António Nobre, in Poesia Completa, 1867-1900
D.Quixote, Lisboa, 2000
22.12.06
Faleceu Niyazov !!! (QUEM???)
Pose presidencial e estátua em ouro!
Algumas reacções à sua morte:
O Presidente Putin espera que a nova liderança do país garanta "a continuidade das políticas de Niyazov."
Já a União Europeia deseja que a sucessão do dito cujo decorra "conforme as normas internacionais."
Natal
Vista da Praça da República (Rossio)
Falavam-me de Amor
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia, in Poesia Completa, 1999
D.Quixote, Lisboa
21.12.06
Natal
Fonte Luminosa,
Praça da República (Rossio)
Parto
venham ver o presépio: há pouca luz.
a figura do pai desapareceu.
despedaçou-o há dias um obus.
à mãe secou o leite. não comeu
mais do que umas raízes e algum lixo
já nem lágrimas tem para as desgraças,
não há vaca nem burro. nenhum bicho:
na azinhaga apodrecem as carcassas.
não virão os reis magos. não se engana
a agenda traficante que combina
o que pode valer a vida humana
em armamento e gramas de heroína.
no céu, mais um clarão de morte avança
de cauda tracejante que desponta.
nasceu estropiada uma criança.
e deus, se acaso existe, faz de conta.
Vasco Graça Moura, in Natal...Natais, oito séculos de poesia sobre o Natal,
Antologia de Vasco Graça Moura
Edição Millenium, Público, Lisboa 2005
20.12.06
Natal
Rua Formosa, Viseu
Natal
Natal...Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
'Stou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
Fernando Pessoa, In Obra Poética, I volume, 1986,
19.12.06
Natal
Natal
Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste Inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.
Miguel Torga
In Antologia Poética, 1999, D. Quixote, Lisboa
Morte!
Chama(va)m-se Parisa,Iran,Khayrieh,Shamameh,Kobra,Soghra e Fatemeh.
Foram acusadas por um tribunal islâmico do Irão de "animosidade contra ALÁ" e de terem alegadamente praticado relações sexuais antes ou fora do casamento. Foram condenadas, nos termos do artº 83º do Código Penal do Irão, a ser apedrejadas até à morte (lapidação). Mas não é uma morte qualquer: são enterradas até ao pescoço e, depois, uma multidão fanática e paranóica atira-lhes pedras pequenas para a agonia durar horas. A lei islâmica proíbe que se atirem pedras grandes!!!
A Amnistia Internacional lançou uma campanha de protesto (www.es.amnesty.org).
Em Portugal, os auto-proclamados “progressistas”, defensores dos direitos humanos, iluminados, críticos das ideias "conservadoras",etc. mantiveram um silêncio cúmplice. A começar pela comunicação social: percebe-se porquê: todas essas ideias são o paradigma da hipocrisia.
Como o Irão alinha por esse prisma, toca a calar estas barbaridades…
O que lhes interessa é a intoxicação anti-Israel, anti-Bush, anti-Igreja Católica, através do controlo das edições da comunicação social. E afirmam-se intelectuais!!!
O Irão é um país membro da ONU. Segundo esta, só este ano, já foram condenadas à morte oito crianças no Irão...
Vá lá....Sentido de humor...
"A Bufa"
Depois de um dia de conferências, muitos colegas doutores encontram-se no Bar do hotel. E aí contam as suas últimas conquistas científicas. O australiano começa:
- Tivemos um fulano que foi atropelado e a única coisa intacta que tínhamos era o seu dedo mindinho. Pois, a nossa equipa conseguiu, pelo ADN, refazer a mão, um novo braço, um novo corpo! O paciente ficou tão capacitado que ao ter alta, tirou o emprego de cinco pessoas!
- Isso não é nada! - Diz o americano. - Nós tivemos o caso de um operário que caiu no reactor atómico de uma central nuclear! A única coisa que sobrou dele foi um cabelo. Pois pelo ADN dele conseguimos reconstituir completamente todo o seu corpo. Depois de ter alta, esse paciente mostrou-se tão eficiente que cinquenta pessoas perderam o emprego!
O português pede a palavra: - O caso que vou contar é muito mais interessante: um dia em que eu estava a andar pelo hospital senti o cheiro de um peido. Imediatamente, eu o capturei num saco que levei até ao laboratório. Chamei minha equipe e começamos a trabalhar. Primeiro, a partir do peido, fizemos um ânus, em seguida reconstituímos o intestino, e depois, pouco a pouco, todo o corpo e por fim o cérebro. O projecto desta criatura foi chamado José Sócrates e está a ter um desempenho tão fantástico que milhares de pessoas vão perder o emprego!!!
18.12.06
Leituras
Escreveu Erotica Romana, maioritariamente, aquando do seu regresso da estadia, em Itália, no período entre 1786 e 1788. No momento da sua publicação, foi obrigado a omitir algumas passagens pelo carácter indecente que as qualificava. Erotica Romana é o livro de uma poesia não preconceituosa, atrevida e símbolo do expoente máximo da sensação de emoção vestida de prazer do Romantismo. Sem pudor, Goethe revela-nos algumas das inúmeras experiências de prazer sexual que viveu durante a sua estadia em Itália. E a forma como as revela é, no mínimo, sublime! Consegue aliar à verdade da situação, histórias e fantasias da mitologia Greco-Romana. O conteúdo desta obra consegue, ainda hoje, causar espanto e vergonha a muita gente. Na época, foi fortemente contestado pela sociedade, principalmente pela elite feminina e eclesiástica, sendo apenas apoiado pelos amigos mais próximos. No mesmo livro, logo no 1º Priapeon, Goethe revela o que pensa de quem sente imoralidade numa relação sexual com o objectivo único de obter prazer:
“Dá apenas contas dos hipócritas e dos pálidos e pudicos criminosos:
Se algum se aproximar e espreitar o gracioso espaço,
Repugnando os frutos da Natureza pura, então castiga-o por detrás,
Com a estaca que, encarnada, te cresce das ancas.”
Começar o livro desta forma foi de uma coragem considerada animal, mas idealmente grandiosa, não tendo medo de expor na sua obra todo o esplendor da arte do seu génio. E continua, sem medo de demonstrar que os actos que realizava eram com diversas mulheres:
“Certa vez também a mim apareceu: uma rapariga morena,
Cabelos longos e escuros cobriam-lhe a testa,
Pequenos caracóis o gracioso pescoço
E as madeixas soltavam-se frisadas na nuca.
Não a ignorei, agarrei a fugitiva, e docilmente
Logo ela me devolveu o terno beijo e o abraço.
Oh, como me senti feliz! Mas silêncio, o tempo passou,
Agora sois vós, loiras tranças, como correias romanas me prendeis.”
E leva-nos a crer que o prazer sexual é benéfico à espiritualidade, sem que traga qualquer inconveniente:
“Sigo o conselho dos Antigos, folheio as suas obras
Com mão solícita, todos os dias com renovado prazer.
Mas durante a noite prefiro ter as mãos em outros lados,
E se eu só aprender metade, terei o dobro do prazer.”
“Segue-me depressa até ao canavial no fundo da vinha,
O nosso prazer não traz perigo ao mundo.”
Leva-nos a acreditar que os seus actos são muito mais gloriosos do que os dos grandes imperadores e que valem mais do que nos livrarmos da dor de um julgamento:
“Alexandre, César e Henrique e Frederico Magnos
De bom grado me dariam metade da glória conquistada
Se apenas por uma noite este leito eu lhes cedesse.”
“Antes desafiar de perto as Erímias com feitos medonhos,
Antes arriscar sofrer o duro julgamento
De Zeus, as suas rodas e rochedos,
Do que privar o nosso espírito do rito delicioso.”
Em toda a obra, demonstra apenas um caso de insatisfação:
“Sozinho, aborrece-me tanto o leito à noite.”
Podem constatar que é, realmente, um livro que ainda hoje seria altamente contestado. A mim, deliciou-me, para além da ideia contida, a linguagem utilizada e a forma como Goethe conseguiu transmitir o seu pensamento e as suas acções. É, seguramente, um livro que vos vai divertir e apaixonar. Leiam-no!
Para vos aguçar o apetite, deixo-vos mais uns excertos de que gostei:
“E se ela quiser acomodar o amado entre os seus seios
Não desejará ele libertá-la logo de todos os adornos?”
“Deleitam-nos os prazeres do verdadeiro Amor nu
E o doce ranger da cama que baloiça.”
“E quando a amada me rouba algumas horas do dia,
Dá-me as horas da noite em compensação.”
Pedro Santos 12ºB - ESEN
17.12.06
Homenagem a Fernando Lopes-Graça
Comemoram-se hoje os 100 anos do nascimento de Lopes-Graça.
Sócrates e o Inferno
-"Bem-vindo ao Paraíso!"; diz São Pedro -"Antes que o senhor entre, há um problemazito... Raramente vemos Políticos por aqui, sabe… então não sabemos bem o que fazer com o senhor. --"Não vejo problema nenhum, basta deixar-me entrar", diz o antigo Primeiro-Ministro, José Sócrates.
-"Eu bem que gostaria de o deixar entrar, senhor Engenheiro, mas tenho ordens superiores… Sabe como é… Vamos fazer o seguinte: O Senhor passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Depois pode escolher onde quer passar a eternidade.
-"Não é necessário, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o Primeiro-Ministro.
-"Desculpe, mas temos as nossas regras. "
Assim, São Pedro acompanha-o até ao elevador e ele desce, desce, desce até ao Inferno. A porta abre-se e ele vê-se no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo, o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. · Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o Diabo, um tipo muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Divertem-se tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe.
Ele sobe, sobe, sobe e a porta abre-se outra vez. São Pedro está a espera dele. Agora é a vez de visitar o Paraíso. Ele passa 24 horas no Paraíso, junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia chega ao fim e São Pedro retorna.
-" E então??? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna."
Ele pensa um minuto e responde: -"Olha, eu nunca pensei... vir a tomar esta decisão… O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar muito melhor no Inferno."
Então São Pedro, abanando com a cabeça, leva-o de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até ao Inferno. A porta abre-se e ele vê-se no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo e com um cheiro horrível.
Vê todos os seus amigos com as roupas rasgadas e muito sujas, catando o entulho e colocando-o em sacos pretos. Repara que, por vezes, os amigos se pegam à porrada na disputa de pedaços de comida podre. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do Primeiro- Ministro.
-" Não estou a entender?!", - gagueja… - "Ontem mesmo eu estive aqui e havia um lindo campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e divertimo-nos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo, cheio de lixo mal cheiroso e os meus amigos totalmente arrasados!!!"
O diabo olha para ele… sorri ironicamente e diz:
-"Ontem estávamos em campanha.
16.12.06
Despedida
O silêncio da noite aterrorizava ainda mais.
Antevia-se o seguinte. Sufocos, choros, gritos.
Sangue escorria pouco a pouco. A lâmina tocava bem mais fundo.
O impenetrável afinal não era assim.
Horas que pareciam agora não acabar mais.
Tudo, pouco lhe importava.
Afinal, isto era um nada no meio do sentimento
que ela nutria por um outro alguém que a fascinava
como nunca antes acontecera!
As lágrimas percorriam-lhe o rosto.
Passavam pela alma, chegavam ao coração.
Sentiam ali um vazio e logo se multiplicavam.
Surgia Joana. Menina irreconhecível,
transfigurada por ela própria.
Abatida com o desmoronar de tudo quanto possuía.
O destino que há uns tempos a fizera feliz,
fazia agora dela a paz inexistente!
A este ser já nada a alegrava.
Estado degradante. Deprimida, entristecia-se
tendo dó dela mesma.
Não era mais uma criança... inocente, pura, sensível...
mas tal como ela... chorava, desalentada!
Lembranças ia recordando, com um sorriso nostálgico…
Aquelas palavras trocadas em tempos
pareciam-lhe agora algo sem o mínimo de sentido, mas a máxima importância.
A voz que ficara presa na sua cabeça,
atordoando-a excessivamente.
Nem no silêncio da noite ela encontrava o sossego
de que tanto necessitava.
O porquê de tudo isto?
O eco suava cada vez mais, deixando-a aterrada.
Entregue a si mesma, sentia que desaparecera a única razão de ela continuar viva.
Foi-se o seu AMOR. Foi-se o seu TUDO. Foi-se até mesmo o espelho do seu próprio pensar. Restava-lhe acabar com o muito que lá ficara… o sofrimento!
Levarei comigo, e cá dentro, para sempre, o homem que me mudou,
as acções que me transformaram e avivaram…
o tudo que se evaporou num estalar de dedos.
Quer queiras ou NAO, levo eternamente o teu nome.
-E assim acabou tudo!
Fizeram-se as últimas confissões, pedidos.
Acabou ela. Continuou ele.
Sim, ele continuou a sua existência, mas, mais importante, a sua presença dentro dela!
Ouve-se o último adeus. Cai a última lágrima. Sente-se o último 'AMO-TE' !
Joana Fulgência, 12º Ano, ESEN
Carolina Salgado, Apito Dourado, Futebol e Justiça...
14.12.06
Presépio
E era um berço!
Tudo escuro...
E aluminava!
Estaria Deus lá dentro?
Fomos a ver...
E lá estava!
Pedro Homem de Melo, in Pedro 1975
12.12.06
A sinistra ministra!
Recebi este texto que adaptei à minha maneira inserindo-lhe umas buchas aqui e ali.Mas gostava de saber quem é o autor.Para lhe dar os parabéns!O sistema educativo não estava famoso, mas não precisava, Senhora Ministra da Educação, de aparecer para estragar o resto! Vem, V/ Exa., perguntar agora o que estão 30 professores a fazer numa sala de professores? Sabe que também me coloco (e coloquei aqui) essa questão muitas vezes? E sabe o que estão lá a fazer? O que V/ Exa. mandou: a cumprir horário! Não aumentou a carga horária dos docentes? Esqueceu, foi? Tal como as utilíssimas «aulas de substituição» em que V. Exa. coloca um professor de Matemática a substituir um de Educação Física e vice-versa.V/ Exa. Manda e os professores obedecem! Não têm alternativa, não é verdade? Pode, portanto, V/ Exa. orgulhar-se dos resultados obtidos! Eles são a consequência da sua «reforma»!Mas não se preocupe pois vão piorar! Com o escabroso Estatuto da Carreira Docente que V/ Exa. inventou, os resultados só podem evidentemente piorar! Nenhuma reforma, nunca, se conseguirá impor por decreto-lei nem contra a vontade da maioria dos envolvidos! Os professores, obedientemente, cumprem e cumprirão sempre as suas ordens! Contrariados… muito contrariados… mas cumprirão! Não lhes pode é pedir que, apesar de tudo, as cumpram de sorriso nos lábios, felizes, contentes e totalmente envolvidos com as suas orientações! Não há milagres.Cumprirão e ponto final! Que é o que V. Ex.a quer.Não se pode, portanto, queixar. Continue a mandar assim e verá a tal curva de crescimento em queda absoluta. É que não pode V/ Exa. exigir que se cumpram 35 horas de serviço na escola e se venha para casa preparar fichas de trabalho… apontamentos… actividades…estratégias… visitas de estudo… grelhas… avaliações… relatórios… currículos alternativos…programas adaptados… trabalhos em equipa… etc… etc… etc. V/ Exa. Tem família? Saberá, porventura, o que é a dor de um pai que se vê obrigado a negligenciar a educação e o crescimento do seu próprio filho para acompanhar os filhos dos outros? Esquece V/ Exa. Que os professores também são pais? Também são pais, Senhora Ministra! Pais!! Que estabilidade emocional pode um professor ter se V/ Exa. resolve, 30 anos depois de Abril, impedir os professores de acompanhar os seus próprios filhos ao médico … à escola… aos ATLs? Não têm os pais que são professores os mesmos direitos dos outros pais? Conhecerá V/ Exa. a dor de uma mãe que se vê obrigada a abandonar o seu filho prometendo-lhe voltar dali a uma semana? E quer V/ Exa. motivação natural? Com a vida familiar desfeita? Não é do conhecimento público que os professores são os maiores clientes dos psiquiatras? E que é entre os professores que se encontra a maior taxa de divórcios?Porque será, Senhora Ministra? Motivação? Motivação, como? Se V/ Exa. obriga os professores a fazer de auxiliares de acção Educativa? Motivação, como? Se V/ Exa. obriga os professores a estar na escola mesmo sem alunos? Motivação como se V/ Exa. obriga a cumprir 35 horas na Escola mesmo não tendo esta os meios essenciais para que se possa trabalhar? Motivação, como? Se temos que pagar fotocópias, tinteiros para as impressoras da Escola…canetas… papel? Motivação, como? Se o clima é de punição e de caça aos mais frágeis? Motivação, como? Se lava as mãos como Pilatos e deixa tudo à deriva passando toda a responsabilidade para as escolas?Não é função de V/ Exa. resolver os problemas? Não seria mais produtivo trabalhar ao lado dos professores? Motivação, como? Se de cada vez que abre a boca para as televisões fá-lo para tentar virar toda a sociedade portuguesa contra a classe? Motivação, como? Se toda a gente percebe que o seu objectivo é dividir para esfrangalhar a classe e poupar uns cobres?Quer lá V. Ex.a saber da qualidade do Ensino para alguma coisa!.... Quer é poupar!O que vale é que por todo o país a opinião pública - e principalmente os Pais - já se estão a aperceber disso.Motivação, como? Se V/ Exa. tem feito de tudo para isolar os professores dos alunos, dos pais, dos Sindicatos, da sociedade em geral? E fica V/ Exa. admirada com os resultados? Não eram estes os resultados que esperava obter quando tomou posse e iniciou a sua cruzada contra os professores? A sua estratégia é a mesma daqueles professores que V/ Exa. acusa de não estarem preocupados com os resultados escolares dos seus alunos! Sabe, Senhora Ministra da Educação? O sucesso não depende do manual… como não depende do decreto-lei! O sucesso depende do envolvimento que o professor consegue com os seus alunos! Depende da capacidade de motivar! Depende da capacidade de o professor ir ao encontro dos interesses dos seus alunos. Depende da relação professor-aluno! A tal que V/ Exa. queria que fosse avaliada por alguém de fora da escola! A mesma que, se fosse feita a V/ Exa, daria nota zero.E, já agora, sra ministra, já que a esmagadora maioria (quase totalidade) dos seus colegas de governo são reformados - alguns 2 vezes - siga-lhes, por favor, o exemplo.Eu não me importo de trabalhar até aos setenta se V. Ex.a se reformar já. Mas da política.Pode ser?
11.12.06
9.12.06
PS e a Função Pública
PS congela carreiras e aumenta contribuição para a ADSE
O congelamento das carreiras dos funcionários públicos e o aumento da contribuição para a ADSE até 2007 foram aprovados quinta-feira com os votos dos socialistas.
Os diplomas que vão prorrogar o congelamento das carreiras dos funcionários públicos e aumentar-lhes a contribuição para a ADSE foram aprovados, quinta-feira, no Parlamento com os votos da maioria socialista.
As bancadas parlamentares da oposição votaram contras as propostas de lei do Governo, que baixaram à comissão da especialidade para discussão.
O secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, justificou a necessidade de se prorrogar, até ao final de 2007, o congelamento das carreiras e dos suplementos remuneratórios com a necessidade de contenção da despesa pública.
João Figueiredo garantiu que o Governo está a conseguir contrariar a tendência de crescimento da despesa com o pessoal com o congelamento das promoções e progressões e com as restrições à contratação de novos funcionários.
Em resposta a críticas do deputado social-democrata Arménio Santos, que acusou o Governo de não discutir estas matérias com os sindicatos do sector, o secretário de Estado disse que a atitude do Governo tem sido de diálogo e acusou os representantes dos trabalhadores da administração pública de imobilismo perante os desafios para o futuro.
A proposta do Governo para prorrogar o congelamento das carreiras dos funcionários públicos foi criticada por todos os partidos da oposição que contestaram, nomeadamente, a forma como o Executivo socialista está a fazer a reforma da Administração Pública.
O deputado comunista Jorge Machado considerou que este diploma constitui mais um ataque aos salários dos trabalhadores da Administração Pública e defendeu que o Governo deveria apostar nas receitas e no combate à economia paralela para resolver o problema do défice, em vez de destruir serviços públicos e retirar direitos aos trabalhadores.
O secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, Manuel Santos, apresento u aos deputados o diploma que vai aumentar a contribuição dos funcionários públicos para a ADSE de 1 para 1,5 por cento.
O governante justificou este aumento com a necessidade de evitar a rotura a médio prazo do sistema de protecção social dos funcionários públicos.
Segundo Manuel Santos, as despesas da ADSE quase triplicaram desde 1995, enquanto que as contribuições dos beneficiários não chegaram a duplicar, o que tem levado o Orçamento de Estado a suportar o défice do sistema.
O deputado do CDS Pedro Mota Soares lembrou «o aumento desproporcionado» do número de funcionários públicos a partir de 1995, com Governos do PS, o que considerou ter aumentado em muito a despesa da ADSE, e sugeriu que o sistema passasse a ser gerido com mais rigor em vez de ser aumentada a carga contributiva sobre os trabalhadores.
Os deputados da oposição chamaram a atenção para o facto de os funcioná rios públicos, com este aumento contributivo passarem a descontar mais que os trabalhadores do sector privado e criticaram o facto de os pensionistas também pas sarem a descontar para a ADSE, o que representa uma quebra nas suas pensões.
Lusa
http://sol.pt
Saudade
não consigo!
É mais que urgente fingir o teu desaparecimento,
não quero!
Tento evitar proximidade,distância também nunca existiu.
São várias as fases por que passo
ainda que não me lembre de estares comigo.
Necessitei de todo o apoio
Amigo?!
Na tua ausência senti a saudade
E, por vezes, mesmo tendo-te ao lado,
parecia tudo tão pouco.
Queria-te a ti,desejaste todas!
Jurei amar-te só a ti,
dizias senti-lo por qualquer uma!
Eu avisei, perdendo a conta.
Sem excesso de inteligência emocional,
fraquejo a cada momento em que a tua pessoa me ocupa o pensamento.
Incapaz de me gerir pela razão,
as emoções dominam-me
e traduzem-se largamente nas minhas atitudes,
mesmo aquelas que era suposto não ter.
Enfim, continuas.. Ficaste!
Não intencionalmente, mas até tu notas!
desculpa...
És tudo!
A revolta das palavras
8.12.06
Encenação Política
Curiosidades da Língua Portuguesa
Foi numa pesquisa na Internet que, por acaso, encontrei a palavra que, dizem, ser a maior da Língua Portuguesa. E aí vem ela: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico. Quarenta e seis (46) letras!
É assim mesmo. Se quiserem, como curiosidade, ensiná-la a alguém terão mesmo que perder uns minutinhos para a decorar.
Quanto ao seu significado, a dita refere um doente com pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose (claro que tinha que ficar doente com isto…). É uma doença rara que tem, como causa, a inalação de partículas microscópicas de cinzas vulcânicas.
A origem desta (doença) palavra é greco-latina. “Pneumo” vem do grego “pneumon” que significa “pulmão, “ultra” do latim “ultra”= “além”, “microscópico” do grego “mikros”= “pequeno” e “skopein”= “examinar”, “sílico” do latim “silicium”= “pedra dura”, “vulcano” do latim “vulcanus”= “deus do fogo” e “coniose” do grego “Kónis”= “poeira”.