31.12.06

VIVA 2007 !

30.12.06

Portugal, o exemplo...

A Comissão Europeia fez um aviso, sério, a todos os países que se preparam para aderir à União Europeia. Como exemplo a não seguir, refere-se o nome de quem? Adivinhou...Portugal! A razão: não ter sabido aproveitar os bons resultados económicos na 2ª metade da década de 90 e ter optado por políticas inconsequentes depois de 2002.
Para completar a nossa triste posição no ranking europeu, apresenta-se o gráfico comparativo, segundo dados do Eurostat.



PIB por habitante na UE 2003 2004 2005

UE 100 100 100

Zona Euro 107 106 106

Portugal 73 72 71

Irlanda 134 136 139

Holanda 124 125 126

Alemanha 112 111 110

França 108 108 108

Bélgica 119 119 118

Espanha 97 97 98

Grécia 80 81 84

Rep Checa 71 72 74

Eslovénia 77 80 82

A Morte!

Numa noite de alguma insónia, acabo de ver difundida pelo mundo inteiro a morte, por enforcamento, de Saddam Hussein! Segundo os valores e princípios que defendo, repugna-me que qualquer ser humano seja condenado à morte....
- apesar de todos os crimes que cometeu;
- apesar do genocídio e perseguição aos curdos;
- apesar da ditadura de terror que implantou;
- apesar de ser um "fardo" para os actuais detentores do poder em Bagdad;
Voltarei ao tema em breve!

29.12.06

Notícias da cultura!



Na avaliação de dois críticos literários do jornal espanhol El Pais, o livro "Poema Contínuo", do poeta português Herberto Helder, foi considerado um dos melhores de 2006.
Diz o referido periódico que na poesia de Herberto Helder há "notas sustenidas de uma partitura que reclama o espaço e o som pleno da totalidade, uma matéria-prima de sonhos, artérias, sensações e significados." Acrescenta ainda que existe na sua poesia a "mágica violência da sua escrita , essa profundidade a que muitos são incapazes de chegar."
Como homenagem a este grande nome da nossa literatura, ainda um pouco desconhecido do grande público, aqui se deixa uma amostra da sua qualidade poética.
O AMOR EM VISITA
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade de
dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.
Cantar? Longamente cantar,
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marítimo
e o pão for invadido pelas ondas,
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes
ele - imagem inacessível e casta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.
Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.
Ah! em cada mulher existe uma morte silenciosa;
e enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
- Ó cabra no vento e na urze, mulher nua sob
as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe o espírito,
mulher de pés no branco, transportadora
da morte e da alegria.
Dai-me uma mulher tão nova como a resina
e o cheiro da terra.
Com uma flecha em meu flanco, cantarei.
E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,
cantarei seu sorriso ardendo,
suas mamas de pura substância,
a curva quente dos cabelos.
Beberei sua boca, para depois cantar a morte
e a alegria da morte.
Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro
pescoço de planta,
onde uma chama comece a florir o espírito.
À tona da sua face se moverão as águas,
dentro da sua face estará a pedra da noite.
- Então cantarei a exaltante alegria da morte.
Nem sempre me incendeiam o acordar das ervas e a estrela
despenhada de sua órbita viva.
- Porém, tu sempre me incendeias.
Esqueço o arbusto impregnado de silêncio diurno, a noite
imagem pungente
com seu deus esmagado e ascendido.
- Porém, não te esquecem meus corações de sal e de brandura.
Entontece meu hálito com a sombra,
tua boca penetra a minha voz como a espada
se perde no arco.
E quando gela a mãe em sua distância amarga, a lua
estiola, a paisagem regressa ao ventre, o tempo
se desfibra - invento para ti a música, a loucura
e o mar.
Toco o peso da tua vida: a carne que fulge, o sorriso,
a inspiração.
E eu sei que cercaste os pensamentos com mesa e harpa.
Vou para ti com a beleza oculta,
o corpo iluminado pelas luzes longas.
Digo: eu sou a beleza, seu rosto e seu durar.
Teus olhostransfiguram-se, tuas mãos descobrem
a sombra da minha face. Agarro tua cabeça
áspera e luminosa, e digo: ouves, meu amor?, eu sou
aquilo que se espera para as coisas, para o tempo -
eu sou a beleza.
Inteira, tua vida o deseja. Para mim se erguem
teus olhos de longe. Tu própria me duras em minha velada beleza.
Então sento-me à tua mesa. Porque é de ti
que me vem o fogo.
Não há gesto ou verdade onde não dormissem
tua noite e loucura,
não há vindima ou água
em que não estivesses pousando o silêncio criador.
Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos
originais.
Tu dás-me a tua mesa, descerras na vastidão da terra
a carne transcendente. E em ti
principiam o mar e o mundo.
Minha memória perde em sua espuma
o sinal e a vinha.
Plantas, bichos, águas cresceram como religião
sobre a vida - e eu nisso demorei
meu frágil instante. Porém
teu silêncio de fogo e leite repõe
a força maternal, e tudo circula entre teu sopro
e teu amor. As coisas nascem de ti
como as luas nascem dos campos fecundos,
os instantes começam da tua oferenda
como as guitarras tiram seu início da música nocturna.
Mais inocente que as árvores, mais vasta
que a pedra e a morte,
a carne cresce em seu espírito cego e abstracto,
tinge a aurora pobre,
insiste de violência a imobilidade aquática.
E os astros quebram-se em luz sobre
as casas, a cidade arrebata-se,
os bichos erguem seus olhos dementes,
arde a madeira - para que tudo cante
pelo teu poder fechado.
Com minha face cheia de teu espanto e beleza,
eu sei quanto és o íntimo pudor
e a água inicial de outros sentidos.
Começa o tempo onde a mulher começa,
é sua carne que do minuto obscuro e morto
se devolve à luz.
Na morte referve o vinho, e a promessa tinge as pálpebras
com uma imagem.
Espero o tempo com a face espantada junto ao teu peito
de sal e de silêncio, concebo para minha serenidade
uma ideia de pedra e de brancura.
És tu que me aceitas em teu sorriso, que ouves,
que te alimentas de desejos puros.
E une-se ao vento o espírito, rarefaz-se a auréola,
a sombra canta baixo.
Começa o tempo onde a boca se desfaz na lua,
onde a beleza que transportas como um peso árduo
se quebra em glória junto ao meu flanco
martirizado e vivo.
- Para consagração da noite erguerei um violino,
beijarei tuas mãos fecundas, e à madrugada
darei minha voz confundida com a tua.
Oh teoria de instintos, dom de inocência,
taça para beber junto à perturbada intimidade
em que me acolhes.
Começa o tempo na insuportável ternura
com que te adivinho, o tempo onde
a vária dor envolve o barro e a estrela, onde
o encanto liga a ave ao trevo. E em sua medida
ingénua e cara, o que pressente o coração
engasta seu contorno de lume ao longe.
Bom será o tempo, bom será o espírito,
boa será nossa carne presa e morosa.
- Começa o tempo onde se une a vida
à nossa vida breve.
Estás profundamente na pedra e a pedra em mim, ó urna
salina, imagem fechada em sua força e pungência.
E o que se perde de ti, como espírito de música estiolado
em torno das violas, a morte que não beijo,
a erva incendiada que se derrama na íntima noite
- o que se perde de ti, minha voz o renova
num estilo de prata viva.
Quando o fruto empolga um instante a eternidade
inteira, eu estou no fruto como sol
e desfeita pedra, e tu és o silêncio, a cerrada
matriz de sumo e vivo gosto.
- E as aves morrem para nós, os luminosos cálices
das nuvens florescem, a resina tinge
a estrela, o aroma distancia o barro vermelho da manhã.
E estás em mim como a flor na ideia
e o livro no espaço triste.
Se te apreendessem minhas mãos, forma do vento
na cevada pura, de ti viriam cheias
minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses
em minha espuma,
que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?
- No entanto és tu que te moverás na matéria
da minha boca, e serás uma árvore
dormindo e acordando onde existe o meu sangue.
Beijar teus olhos será morrer pela esperança.
Ver no aro de fogo de uma entrega
tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus
será criar-te para luz dos meus pulsos e instante
do meu perpétuo instante.
- Eu devo rasgar minha face para que a tua face
se encha de um minuto sobrenatural,
devo murmurar cada coisa do mundo
até que sejas o incêndio da minha voz.
As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso
jovem da carne aspiram longamente
a nossa vida. As sombras que rodeiam
o êxtase, os bichos que levam ao fim do instinto
seu bárbaro fulgor, o rosto divino
impresso no lodo, a casa morta, a montanha
inspirada, o mar, os centauros do crepúsculo
- aspiram longamente a nossa vida.
Por isso é que estamos morrendo na boca
um do outro. Por isso é que
nos desfazemos no arco do verão, no pensamento
da brisa, no sorriso, no peixe,
no cubo, no linho, no mosto aberto
- no amor mais terrível do que a vida.
Beijo o degrau e o espaço. O meu desejo traz
o perfume da tua noite.
Murmuro os teus cabelos e o teu ventre, ó mais nua
e branca das mulheres. Correm em mim o lacre
e a cânfora, descubro tuas mãos, ergue-se tua boca
ao círculo de meu ardente pensamento.
Onde está o mar? Aves bêbedas e puras que voam
sobre o teu sorriso imenso.
Em cada espasmo eu morrerei contigo.
E peço ao vento: traz do espaço a luz inocente
das urzes, um silêncio, uma palavra;
traz da montanha um pássaro de resina, uma lua
vermelha.
Oh amados cavalos com flor de giesta nos olhos novos,
casa de madeira do planalto,
rios imaginados,
espadas, danças, superstições, cânticos, coisas
maravilhosas da noite. Ó meu amor,
em cada espasmo eu morrerei contigo.
De meu recente coração a vida inteira sobe,
o povo renasce,
o tempo ganha a alma. Meu desejo devora
a flor do vinho, envolve tuas ancas com uma espuma
de crepúsculos e crateras.
Ó pensada corola de linho, mulher que a fome
encanta pela noite equilibrada, imponderável
-em cada espasmo eu morrerei contigo.
E à alegria diurna descerro as mãos. Perde-se
entre a nuvem e o arbusto o cheiro acre e puro
da tua entrega. Bichos inclinam-se
para dentro do sono, levantam-se rosas respirando
contra o ar. Tua voz canta
o horto e a água - e eu caminho pelas ruas frias com
o lento desejo do teu corpo.
Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo
eu morrerei contigo.
Herberto Helder

Estão a mexer nos nossos bolsos!

Na sua recente comunicação natalícia, o nosso "primeiro" afirmou que o País caminhava "passo a passo" para a recuperação económica. Ora, uma coisa é o discurso propagandístico, outra, bem diferente, é a constatação dos factos. Em Janeiro, anunciam-se aumentos em bens de primeira necessidade, que irão afectar, sobretudo, as pessoas de menores recursos.
Assim, estão previstos aumentos que, nalguns casos, ultrapassam, em muito, o valor previsto para a inflação (2 %), bem como os aumentos salariais consignados.
- água, aumento de 2,1 por cento;
- luz, aumento de 6 por cento;
- telefone, aumento de 2,75;
- transportes, aumento de 2,1;
- rendas, aumento de 3,1, com hipóses de chegar aos 4,7 por cento;
- saúde, taxas moderadoras com aumentos de 2,1 por cento; 5 euros/dia para internamentos; 10 euros para cirurgias em ambulatório;

A par destes, alguns outros se seguirão, nomeadamente o dos combustíveis, que acarreterão, em cadeia, muitos outros.

Aumento salarial previsto para a Função Pública: 1 % !!!

Passo a passo para a penúria, é o que é...

28.12.06

(Re) Leituras

Miguel Torga





Nota biográfica:

Miguel Torga, pseudónio literário de Adolfo Coelho da Rocha, nasce em 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Filho de gente do campo, não mais se desliga das origens, da família, do meio rural e da natureza que o circunda. Mesmo quando não referidos, estão sempre presentes o Pai, a Mãe, o professor primário Sr. Botelho, as fragas, as serranias, a magreza da terra, o suor para dela arrancar o pão, os próprios monumentos megalíticos em que a região é pródiga.
Entra no Seminário, donde sai pouco depois.

Emigra para o Brasil em 1920. Trabalha na fazenda do tio, é a dureza da "capinagem" do café. O tio apercebe-se das suas qualidades. Paga-lhe ingresso e estudos no liceu de Leopoldina, onde os professores notam as suas capacidades.
Regressa a Portugal em 1925. Entra da Faculdade de Medicina de Coimbra. Participa moderadamente na boémia coimbrã. Ainda estudante publica os seus primeiros livros. Com ajuda financeira do tio brasileiro conclui a formatura em 1933.
Morre em 17 de Janeiro de 1995. Enterrado em S. Martinho da Anta, junto dos pais e irmã.
Nota bibliográfica:
Poesia:
1928 - Ansiedade
1930 - Rampa
1931 - Tributo
1932 - Abismo
1936 - O Outro Livro de Job
1943 - Lamentação
1944 - Libertação
1946 - Odes
1948 - Nihil Sibi
1950 - Cântico do Homem
1952 - Alguns Poemas Ibéricos
1954 - Penas do Purgatório
1958 - Orfeu Rebelde
1962 - Câmara Ardente
1965 - Poemas Ibéricos

Ficção
1931 - Pão Ázimo
1931 - Criação do Mundo
1934 - A Terceira Voz
1937 - Os Dois Primeiros Dias
1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo
1939 - O Quarto Dia da Criação do Mundo
1940 - Bichos
1941 - Contos da Montanha
1942 - Rua
1943 - O Senhor Ventura
1944 - Novos Contos da Montanha
1945 - Vindima
1951 - Pedras Lavradas
1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo
1976 - Fogo Preso
1981 - O Sexto Dia da Criação do Mundo

Peças de Teatro:

1941 - Terra Firme e Mar
1947 - Sinfonia
1949 - O Paraíso
1950 - Portugal
1955 - Traço de União

Traduções:
Livros seus estão traduzidos para diversas línguas, algumas vezes publicados com um prefácio seu: espanhol, francês, inglês, alemão, chinês, japonês, croata, romeno, norueguês, sueco, holandês, búlgaro.
Prémios
1969 - Prémio do Diário de Notícias
1976 - Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist.
1980 - Prémio Morgado de Mateus, ex-aecquo com Carlos Drummond de Andrade
1981 - Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S..
1989 - Prémio Camões
1991 - Prémio Personalidade do Ano.
1992 - Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.
1993 - Prémio da Crítica, consagrando a sua obra.
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" O mestre, encabado nos socos abertos e abafado no varino de surrobeco, sempre atido ao venha a nós, recebia-nos conforme a pingadeira.
- O senhor passou bem?
- Olá, seu pardal! Ainda agora?
- Trouxe uma cesta de batatas, que já entreguei à senhora Marquinhas, e demorei- me um migalho...
-Bem...Bem...Amanhã vê se desembelinhas essas pernas.

Quando a dúzia de ovos tardava, ou o fumeiro parecia esquecido, ele próprio lembrava a falta.
E até os mais pobres apareciam de saquitel ao ombro. Mas havia de dar, e dar...E o tom de acolhimento variava.

- E tu, meu figurão?
- Fui prender a burra...
- A burra tem as costas largas!


E tinha. Escarrapachado nela, todo eu era uma aleluia pela veiga fora, a entoar de fio a pavio a história rimada do João Soldado, que paralisava o Marreta, moído de trabalho nos Três Bicos. Parava o enxadão, encostava-se ao cabo, e ficava maravilhado a admirar os versos e a memória do recitador.

Era uma vez um rapaz
Bem nascido e mal fadado...

- Queres vir ganhar o dia, a cantar? - perguntava-me de brincadeira, quando lhe passava em frente.
- Não senhor. Tenho de ir para a escola.
- Pois é pena, porque te pagava bem!

O mestre é que não queria saber de devaneios.

- Por hoje, as coisas ficam por assim. Mas volta a repetir a façanha, e verás o que te acontece!"


Miguel Torga, in A Criação do Mundo,
D.Quixote, 2ª edição, 1999

27.12.06

A luta continua!

O Ministério da Educação tem tomado decisões, quase desde a tomada de posse, que afrontaram os professores. A máquina de propagando do governo fez passar a ideia que se trabalhava pouco nas escolas, que os professores eram uns privilegiados, o insucesso se devia quase exclusivamente aos "incompetentes" seres que vagueavam pelos corredores das escolas... Usando palavras da própria ministra, a opinião pública estava ganha...uns "pseudo" comentadores, encabeçados por essa sumidade chamada Miguel Sousa Tavares, fizeram o resto!
Mas algumas medidas que por aí se anunciam podem contribuir para que o feitiço se vire contra o feiticeiro.
Vem isto a propósito do anunciado encerramento de mais 900 escolas do primeiro ciclo, dando seguimento a uma política de desertificação do interior iniciado em anos e com governos anteriores. Critérios essencialmente economicistas escondem-se sob a capa de uma pretensa melhoria de condições pedagógicas e de socialização das crianças.
As organizações sindicais têm estado atentas e denunciado situações que contradizem essa imagem que se pretende passar.
Daí que, segundo a FENPROF, a decisão do Governo de fechar milhares de escolas significa que "decidiu abandonar os portugueses que vivem nas zonas rurais do interior do país". Apesar de o Ministério da Educação ter anunciado que só seriam encerradas escolas de pequenas dimensões, a FENPROF afirma que algumas delas "têm mais de 20 alunos" e dá como exemplo estabelecimentos de ensino do distrito de Viseu. Para além disso, segundo a FENPROF, algumas destas escolas já tinham acolhido crianças provenientes de outras escolas encerradas "gerando grandes perturbações na vida das famílias e nas condições de aprendizagem de crianças de tenra idade".
A Federação contraria também outra das afirmações do secretário de Estado da Educação, garantindo que "as crianças não estão a ser deslocadas exclusivamente para escolas que funcionam em horário de regime normal". Exemplo disso é a escola do 1.º ciclo do Ensino Básico da vila de Cinfães que funciona em regime de horário duplo, com quatro salas para oito turmas, e recebeu crianças deslocadas de aldeias próximas.
A organização sindical aponta ainda o dedo às condições das escolas para onde os alunos estão a ser deslocados. Segundo a FENPROF, "na maioria dos casos as escolas ditas acolhedoras são iguais às que encerram e, nalguns casos, piores, como acontece em Carragosela, no concelho de Viseu, e na freguesia de Nespereira".
Para a FENPROF, o Governo quer encerrar mais 900 escolas, em 2007, sem ter resolvido os problemas resultantes do encerramento de 1500 estabelecimentos de ensino, em 2006. Uma das dificuldades foi registada em Contige, no concelho de Sátão, onde "as crianças deslocadas estão a ser obrigadas a usar transportes que estão muito longe de observar as mais elementares regras de segurança, como por exemplo, doze e mais crianças transportadas em carrinhas de nove lugares". Em escolas do agrupamento do Caramulo, a Federação garante que "as refeições são servidas sem respeito por mínimas regras de higiene". Por exemplo, em Seixo, no concelho de Sernancelhe, os alunos tiveram de levar para a escola o prato e os talheres, enquanto na vila de Aguiar da Beira, as crianças vão almoçar à cantina de outra escola e, como não têm transporte para esta deslocação, o agrupamento de escolas comprou capas de plástico para os alunos usarem nos dias de chuva.
Ainda relativo ao transporte, a FENPROF afirma que algumas crianças, em Guimarães de Tavares, no concelho de Mangualde, fazem percursos "com durações de cerca de uma hora de manhã e outra à tarde, apesar de viverem a dois ou três quilómetros da escola". Segundo o sindicato, noutros casos, como em S. João da Serra, no concelho de Oliveira de Frades, "as crianças estão a chegar à escola dita acolhedora mais de meia hora antes de as actividades escolares se iniciarem". Em S. João da Pesqueira, "algumas crianças saem meia hora mais cedo das aulas para usarem os transportes organizados e são forçadas a chegar à escola uma hora antes do início das actividades".Apesar de o secretário de Estado da Educação ter referido que o Ministério da Educação ia financiar obras de beneficiação e ampliação de escolas, a FENPROF garante que "se desconhecem intervenções dignas desse nome". E dá como exemplo a escola de Montão, em Cinfães, que fechou por ordem da tutela, tendo os alunos sido deslocados para Vila Nova. Segundo o sindicato, "esta escola passou a ter duas turmas, mas só tem uma sala", por isso, "as crianças passaram a frequentar a escola no chamado regime duplo". No entanto, "nas horas de almoço e enriquecimento curricular, os meninos das duas localidades são transportados para a escola encerrada uma vez que a chamada escola de acolhimento só tem uma sala".
No seguimento deste comunicado, várias reacções se fizeram sentir; destacaria a de uma mãe do Barreiro:
"Não me admiro com estas notícias, pois tenho uma filha com 6 anos que iniciou o seu percurso escolar na Escola de 1º ciclo nº6, do Barreiro (às portas de Lisboa), nuns pavilhões que têm quase 40 anos de provisórios e que oferecem todos os perigos, como se confirmou com os temporais do ínicio do Outono, em que caiu um pedaço do contraplacado da barraca(não encontro outra designação para o edíficio).Desde Setembro que alerto para o facto o Gabinete do 1º Ministro (que me disse ter alertado o ME), o ME (que não me deu qualquer resposta) e a CMB, cuja vereadora me disse que gostaria muito de resolver o assunto, mas não há dinheiro. Pedi à CONFAP que me aconselhasse nos passos a dar, mas também não me responderam. E é assim que querem que as crianças gostem da escola e não haja abandono escolar?! Mas aposto que a culpa é dos professores, não é Senhora Ministra?"

Vá lá, não seja tão sisudo...


Sabias que...

Monica Lewinsky , a célebre estagiária da Casa Branca, no consulado de Bill Clinton, fez uma pós-graduação em Psicologia Social por uma prestigiada universidade inglesa?
- Consta que não chegou a fazer prova oral...

Se soltares gases durante seis anos e nove meses, produzirás gás suficiente para criar energia correspondente a uma bomba atómica?
- Por isso o Irão se meteu nessa...
O orgasmo de um porco dura trinta minutos?
-Bolas! Grande sortudo...
O orgasmo de um hipopótamo dura três horas?
- Xii! Qual porco, qual quê...
Alguns leões copulam mais de 50 vezes por dia?
- Que inveja do porco...do hipopótamo...e do leão...
O músculo mais forte do corpo é a língua?
- Agora percebo a Monica Lewinsky...
O crocodilo não consegue mostrar a língua?
- Mas quem a vê, não volta para contar...
A barata consegue sobreviver nove dias sem cabeça?
- A ministra da educação já ultrapassou os doze meses...
O Louva-a-Deus macho não consegue copular com a cabeça presa ao corpo. A fêmea inicia o ritual de acasalamento, arrancando a cabeça ao macho?
- Há fêmeas que levam um gajo a perder a cabeça...
O olho de uma avestruz é maior que o seu cérebro...
- A Maria de Lurdes Rodrigues nem com dois se safa...
A estrela do mar não tem cérebro...
- A dita cuja ministra também não...

26.12.06

Para reflectir...


Há dias, em Londres, um forte dispositivo policial garantiu a segurança de uma manifestação de várias centenas de muçulmanos que gritavam: MORTE À LIBERDADE!

A Frase

Pacheco Pereira, em artigo publicado na última revista Sábado, faz uma análise da situação política, alertando para a necessidade do debate político. Concorde-se ou não, o articulista é dos poucos que pensa a política, não nos aspectos mais imediatos, mas numa perspectiva ampla e mais substantiva. Aqui fica o registo.
Numa reunião partidária, Marques Mendes disse, a julgar pela imprensa, que “Não está em curso nenhum projecto de mudança verdadeira do País, está em curso sim um projecto de poder do engenheiro Sócrates. Nem é tanto do PS, é mais um projecto de poder pessoal do primeiro-ministro.” Para o líder do PSD, são três as áreas essenciais onde esse “projecto de poder” é visível: justiça, centros de decisão económica e comunicação social.
Esta é a frase sobre a qual devia assentar toda a oposição, mas é natural que ninguém vá ligar muito ao que ele disse. Primeiro, porque foi Marques Mendes que o disse, e está na moda desvalorizar o que ele diz em detrimento de uma certa gritaria vazia de conteúdo que passa por ser “fazer oposição”, que só chega aos jornais porque é oposição à oposição e não oposição ao governo. Segundo, porque esta é uma das questões que não interessam discutir, no meio de tanto futebol, com o silêncio indiferente a apagar as frases de risco para o Governo. Marques Mendes tem que a repetir várias vezes e acrescentar-lhe mais elementos. Sosseguem os que vão dizer que é “preciso provar” porque provas estão por todo o lado, é preciso é iluminá-las pelo debate e repetir, repetir, repetir.
Marques Mendes, para ser ouvido, nesta fase(como noutras), tem ainda outro problema, o seu verdadeiro problema: mostrar que o PSD aprendeu com erros do passado e não repetirá o mesmo esquema e a mesma lógica de poder que o engenheiro Sócrates está a usar agora. Entre os artífices das armas que Sócrates manipula contou-se o PSD. Mais: contou-se e conta-se, porque o PSD é comparte do “projecto de poder” de Sócrates em pelo menos duas das áreas mencionadas, a justiça e a comunicação social.
Não escapou a ninguém a falta de rigor com que o PSD reagiu às recentes atitudes da ERC, e ao facto, mais uma vez demonstrado, de que, apesar de o PSD ser parte da sua composição, ou exactamente por isso, tal não significa nenhuma salvaguarda de qualidade, independência e pluralismo na sua composição; o que remete para as escolhas de pessoas, a área onde a responsabilidade das direcções partidárias é sempre maior, direi mais, total.
Depois há a questão do “projecto pessoal” de Sócrates que se percebe melhor no PS, por razões óbvias – é aí que o “pessoal”, que é também de grupo ou entourage, choca com interesses rivais. Aí basta acompanhar as manobras dos que se lhe opõem para se perceber como são eles os primeiros a achar o mesmo que Marques Mendes. Até agora, nas manobras a curto prazo, Sócrates deixou cemitérios por todo o lado. Alegre e Soares foram derrotados na contestação a este “projecto pessoal”, e acabaram para já submissos, mas há grandes manobras a médio prazo mais subtis e pacientes, mas tentando defrontar o mesmo adversário.
Voltando à frase inicial, ela implica duas coisas que são caminhos importantes para o debate crítico ir mais longe. Uma é insistir que “não está em curso nenhum projecto de mudança verdadeira do País", e não está. Na melhor das hipóteses, o governo PS está a tentar salvar o nosso débil modelo social, uma versão de terceira classe do modelo social europeu, garantindo-lhe mais uma década sem bancarrota à custa do empobrecimento de todos. Desse ponto de vista, estamos a garantir mais do mesmo, sendo que o mesmo é cada vez menos. Claro que para fazer isto com eficácia, o PSD tem que se demarcar das opções político-ideológicas do “modelo”, o que nem sempre faz. Tem que ser mais liberal, if you know what that I mean.
Outra é a identificação das áreas onde se materializa preferencialmente este “projecto”, e aí justiça – poder económico – comunicação social é a tríade certeira. É aqui que o governo está a centralizar tudo e a concentrar um poder para que não aceita verdadeiro escrutínio da Assembleia, nem verdadeiro debate público. É aí que um esforço de estudo (por parte da oposição) e acompanhamento crítico (no espaço público) se exige como pão para a boca
.

25.12.06

FELIZ NATAL




O MENINO ESTÁ DORMINDO
O menino está dormindo
Nas palhinhas, despedinho,
Os anjos Lh'estão cantando
Por amor tão pobrezinho.
O menino está dormindo
Nos braços da Virgem pura.
Os anjos Lh'estão cantando:
Hossana lá nas alturas.
O menino está dormindo
Nos braços de São José,
Os anjos Lh'estão cantando:
Gloria tibi domine.
O menino está dormindo
Um sono de amor profundo
Os anjos lh'estão cantando:
Viva o Salvador do Mundo!
Cancioneiro Popular

24.12.06

Paganização do Natal


Muito se escrito e dito sobre a paganização do Natal, o consumismo, etc…, e a conversa é por demais conhecida.
Mas estamos a assistir a algo de muito pior do que a paganização de uma festa religiosa, que ainda era a homenagem que o vício pagava à virtude.
A própria palavra Natal está a ser progressivamente banida, em nome do respeito pelos que não nasceram nem cresceram com raízes cristãs. O ano passado – pela primeira vez na história dos Estados Unidos – o presidente Bush não desejou aos seus compatriotas “Happy Christmas”, mas “seasons greetings”. Em Inglaterra, o “politicamente correcto” agora é designar a quadra por “winterval”. Como de lá nos vêm os exemplos, calculo, sem excessivo pessimismo, que dentro de dez anos qualquer termo com directa ou indirecta referência a Cristo ou à Natividade seja abolido ou se confine a esferas estritamente privadas. Simultaneamente, qualquer alusão menos respeitosa a crenças alheias será rigorosamente vigiada e punida. O que está em causa não é uma guerra contra a religião ( como sucedeu, por exemplo, nos tempos da revolução francesa ou soviética ), mas contra uma cultura, assumindo-se a nossa como culpada ou a cultura culposa. Se ela o foi, ou se ela o é, é a nossa cultura e a culpa sempre morre solteira. Ajoelhamos perante valores alheios e cuspimos nos nossos. Mais algum tempo, mais alguma abdicação e, quando olharmos para trás, crentes ou agnósticos, não ficou nada. Ficou o vazio. Outros o ocuparão. Para essa invertida colonização caminhamos a passos largos com alarve inconsciência. Não será bom de se ver e muito menos de se viver. Até lá, Bom Natal.
Excerto da crónica de João Bénard da Costa, in jornal Público de 24/12/2006

Natal


Recanto de Viseu




Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
Em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.

HOJE É DIA DE NATAL.

Mas quando será de todos?


Sidónio Muralha, Lisboa, 1920

23.12.06

O Governo que temos!

Cada dia que passa as notícias sobre o país deixam-nos mais tristes, mais revoltados, mais desesperados. Mais do que pôr rótulos no governo ( se é de esquerda..direita...), conceitos, para mim, há muito desactualizados, as medidas que toma são de um liberalismo sem rosto e ditadas pela a ditadura dos défices, rigor e disciplina nas finanças públicas, e outros eufemismos com que nos pretendem ludibriar.
Assim, não admira que fechem fábricas, encerrem urgências hospitalares, se ponha fim a centros de saúde e, agora, se tenha a intenção de fechar 900- repito- 900 escolas do primeiro ciclo.
Como alguém dizia, isto não é um governo, é uma comissão liquidatária!

Natal

O Meu Natal



A noite de Natal. Em meu país, agora,
O que não vai até romper o dia, a aurora!
As mesas de jantar na cidade e na aldeia,
À luz das velas, ou à luz duma candeia,
Entre risadas de crianças e cristais
(De que me chegam até mim só ais, só ais!).
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
Pondo de parte ódios, torturas, aflições,
Que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
São todas em redor de uma toalha de linho!


António Nobre, in Poesia Completa, 1867-1900
D.Quixote, Lisboa, 2000

22.12.06

Faleceu Niyazov !!! (QUEM???)







Pose presidencial e estátua em ouro!





São das tais notícias que quase passam despercebidas. Morreu o ditador Saparmurat Niyazov, Presidente da República do Turquemenistão, ex-República da União Soviética. Permanecendo 21 anos no poder, auto-nomeando-se presidente vitalício, governou a seu bel prazer, subjugando o povo a condições de opressão e miséria. Quase me atreveria a dizer que o recém falecido Pinochet, comparado com este, não passava de um aprendiz. No entanto, a notícia da sua morte aparece num qualquer canto esquecido de página dos jornais. Critérios e isenção jornalística...
Dando mostras de um delirante culto de personalidade, tomou medidas que fariam abertura de telejornais se a origem fosse outra...Mas as pessoas que perseguiu, as que prendeu, as que matou, não são diferentes das que morrem no Iraque, no Irão, em Angola, na Líbia.
Para se ter uma ideia das excentricidades desta "ave rara", aqui se enumeram algumas das medidas que achou por bem levar a cabo:


- Niyazov, que se intitulava a si mesmo "Cabeça dos Turcos", rebaptizou o mês de Janeiro, que se passou a chamar...Niyazov!
- Ballet, ópera e circo foram banidos porque o presidente os considerava indecentes!
- Dentes de ouro, barbas ou cabelos compridos foram proibidos aos mais jovens!
- Aos lideres estrangeiros, costumava oferecer cavalos; a sua paixão pelos animais era de tal ordem que mandou construir um zoo em pleno deserto do Turquemenistão, sobretudo para acolher pinguins!
- Os hospitais e as livrarias existiam apenas na capital. No resto do país, foram pura e simplesmente banidos. A importação de livros estrangeiros foi igualmente proibida!


Algumas reacções à sua morte:
O Presidente Putin espera que a nova liderança do país garanta "a continuidade das políticas de Niyazov."
Já a União Europeia deseja que a sucessão do dito cujo decorra "conforme as normas internacionais."

Natal








Vista da Praça da República (Rossio)












Falavam-me de Amor


Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.


Natália Correia, in Poesia Completa, 1999
D.Quixote, Lisboa


21.12.06

Natal






Fonte Luminosa,
Praça da República (Rossio)








Parto


venham ver o presépio: há pouca luz.
a figura do pai desapareceu.
despedaçou-o há dias um obus.
à mãe secou o leite. não comeu

mais do que umas raízes e algum lixo
já nem lágrimas tem para as desgraças,
não há vaca nem burro. nenhum bicho:
na azinhaga apodrecem as carcassas.

não virão os reis magos. não se engana
a agenda traficante que combina
o que pode valer a vida humana
em armamento e gramas de heroína.

no céu, mais um clarão de morte avança
de cauda tracejante que desponta.
nasceu estropiada uma criança.
e deus, se acaso existe, faz de conta.

Vasco Graça Moura, in Natal...Natais, oito séculos de poesia sobre o Natal,
Antologia de Vasco Graça Moura
Edição Millenium, Público, Lisboa 2005

20.12.06

Natal







Rua Formosa, Viseu













Natal


Natal...Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
'Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!


Fernando Pessoa, In Obra Poética, I volume, 1986,
Círculo de Leitores, Lisboa

19.12.06

Natal



O Natal aproxima-se. As cidades, por esta altura, iluminam-se, embelezam-se, como querendo tornar-se mais humanas e mais de acordo com o espírito da época. Apesar de todo o apelo consumista que se faz sentir, ainda há lugar para o homem se interrogar e pensar se toda essa ilusão do pai natal tem sentido...
Durante os próximos dias, irei publicar fotos da cidade de Viseu, com as decorações alusivas à quadra, acompanhadas de poemas de escritores portugueses.
As fotos foram amavelmente cedidas pelo colega Paulo Neto. O meu muito obrigado.

Natal

Nasce mais uma vez,

Menino Deus!

Não faltes, que me faltas

Neste Inverno gelado.

Nasce nu e sagrado

No meu poema,

Se não tens um presépio

Mais agasalhado

Nasce e fica comigo

Secretamente,

Até que eu, infiel, te denuncie

Aos Herodes do mundo.

Até que eu, incapaz

De me calar

Devasse os versos e destrua a paz

Que agora sinto, só de te sonhar.

Miguel Torga

In Antologia Poética, 1999, D. Quixote, Lisboa

Morte!


Chama(va)m-se Parisa,Iran,Khayrieh,Shamameh,Kobra,Soghra e Fatemeh.

Foram acusadas por um tribunal islâmico do Irão de "animosidade contra ALÁ" e de terem alegadamente praticado relações sexuais antes ou fora do casamento. Foram condenadas, nos termos do artº 83º do Código Penal do Irão, a ser apedrejadas até à morte (lapidação). Mas não é uma morte qualquer: são enterradas até ao pescoço e, depois, uma multidão fanática e paranóica atira-lhes pedras pequenas para a agonia durar horas. A lei islâmica proíbe que se atirem pedras grandes!!!
A Amnistia Internacional lançou uma campanha de protesto (www.es.amnesty.org).
Em Portugal, os auto-proclamados “progressistas”, defensores dos direitos humanos, iluminados, críticos das ideias "conservadoras",etc. mantiveram um silêncio cúmplice. A começar pela comunicação social: percebe-se porquê: todas essas ideias são o paradigma da hipocrisia.
Afinal, o que "vende" bem é a crítica a Bush, ao Ocidente, a Israel...
Como o Irão alinha por esse prisma, toca a calar estas barbaridades…
O que lhes interessa é a intoxicação anti-Israel, anti-Bush, anti-Igreja Católica, através do controlo das edições da comunicação social. E afirmam-se intelectuais!!!
O Irão é um país membro da ONU. Segundo esta, só este ano, já foram condenadas à morte oito crianças no Irão...

Vá lá....Sentido de humor...



"A Bufa"

Depois de um dia de conferências, muitos colegas doutores encontram-se no Bar do hotel. E aí contam as suas últimas conquistas científicas. O australiano começa:
- Tivemos um fulano que foi atropelado e a única coisa intacta que tínhamos era o seu dedo mindinho. Pois, a nossa equipa conseguiu, pelo ADN, refazer a mão, um novo braço, um novo corpo! O paciente ficou tão capacitado que ao ter alta, tirou o emprego de cinco pessoas!

- Isso não é nada! - Diz o americano. - Nós tivemos o caso de um operário que caiu no reactor atómico de uma central nuclear! A única coisa que sobrou dele foi um cabelo. Pois pelo ADN dele conseguimos reconstituir completamente todo o seu corpo. Depois de ter alta, esse paciente mostrou-se tão eficiente que cinquenta pessoas perderam o emprego!

O português pede a palavra: - O caso que vou contar é muito mais interessante: um dia em que eu estava a andar pelo hospital senti o cheiro de um peido. Imediatamente, eu o capturei num saco que levei até ao laboratório. Chamei minha equipe e começamos a trabalhar. Primeiro, a partir do peido, fizemos um ânus, em seguida reconstituímos o intestino, e depois, pouco a pouco, todo o corpo e por fim o cérebro. O projecto desta criatura foi chamado José Sócrates e está a ter um desempenho tão fantástico que milhares de pessoas vão perder o emprego!!!

18.12.06

Leituras

São muitos os livros de que gosto. Alguns os que adoro. Entre os que adoro está, sem dúvida, Erotica Romana. Este é um livro de Johann Wolfgang von Goethe, escritor alemão, nascido em Frankfurt am Main, a 28 de Agosto de 1749. Morreu em Weimar, na Alemanha, a 22 de Março de 1832. Goethe é um dos principais símbolos do Romantismo e da literatura alemã. Juntamente com Friedrich Schiller, liderou o famoso movimento literário romântico alemão “Sturm und Drang” (em português: “Tempestade e Paixão”).
Escreveu Erotica Romana, maioritariamente, aquando do seu regresso da estadia, em Itália, no período entre 1786 e 1788. No momento da sua publicação, foi obrigado a omitir algumas passagens pelo carácter indecente que as qualificava. Erotica Romana é o livro de uma poesia não preconceituosa, atrevida e símbolo do expoente máximo da sensação de emoção vestida de prazer do Romantismo. Sem pudor, Goethe revela-nos algumas das inúmeras experiências de prazer sexual que viveu durante a sua estadia em Itália. E a forma como as revela é, no mínimo, sublime! Consegue aliar à verdade da situação, histórias e fantasias da mitologia Greco-Romana. O conteúdo desta obra consegue, ainda hoje, causar espanto e vergonha a muita gente. Na época, foi fortemente contestado pela sociedade, principalmente pela elite feminina e eclesiástica, sendo apenas apoiado pelos amigos mais próximos. No mesmo livro, logo no 1º Priapeon, Goethe revela o que pensa de quem sente imoralidade numa relação sexual com o objectivo único de obter prazer:

Dá apenas contas dos hipócritas e dos pálidos e pudicos criminosos:
Se algum se aproximar e espreitar o gracioso espaço,
Repugnando os frutos da Natureza pura, então castiga-o por detrás,
Com a estaca que, encarnada, te cresce das ancas.”


Começar o livro desta forma foi de uma coragem considerada animal, mas idealmente grandiosa, não tendo medo de expor na sua obra todo o esplendor da arte do seu génio. E continua, sem medo de demonstrar que os actos que realizava eram com diversas mulheres:

Certa vez também a mim apareceu: uma rapariga morena,
Cabelos longos e escuros cobriam-lhe a testa,
Pequenos caracóis o gracioso pescoço
E as madeixas soltavam-se frisadas na nuca.
Não a ignorei, agarrei a fugitiva, e docilmente
Logo ela me devolveu o terno beijo e o abraço.
Oh, como me senti feliz! Mas silêncio, o tempo passou,
Agora sois vós, loiras tranças, como correias romanas me prendeis.”


E leva-nos a crer que o prazer sexual é benéfico à espiritualidade, sem que traga qualquer inconveniente:

Sigo o conselho dos Antigos, folheio as suas obras
Com mão solícita, todos os dias com renovado prazer.
Mas durante a noite prefiro ter as mãos em outros lados,
E se eu só aprender metade, terei o dobro do prazer.”


Segue-me depressa até ao canavial no fundo da vinha,
O nosso prazer não traz perigo ao mundo.


Leva-nos a acreditar que os seus actos são muito mais gloriosos do que os dos grandes imperadores e que valem mais do que nos livrarmos da dor de um julgamento:

Alexandre, César e Henrique e Frederico Magnos
De bom grado me dariam metade da glória conquistada
Se apenas por uma noite este leito eu lhes cedesse.”


“Antes desafiar de perto as Erímias com feitos medonhos,
Antes arriscar sofrer o duro julgamento
De Zeus, as suas rodas e rochedos,
Do que privar o nosso espírito do rito delicioso.”


Em toda a obra, demonstra apenas um caso de insatisfação:

“Sozinho, aborrece-me tanto o leito à noite.”

Podem constatar que é, realmente, um livro que ainda hoje seria altamente contestado. A mim, deliciou-me, para além da ideia contida, a linguagem utilizada e a forma como Goethe conseguiu transmitir o seu pensamento e as suas acções. É, seguramente, um livro que vos vai divertir e apaixonar. Leiam-no!
Para vos aguçar o apetite, deixo-vos mais uns excertos de que gostei:

E se ela quiser acomodar o amado entre os seus seios
Não desejará ele libertá-la logo de todos os adornos
?”

Deleitam-nos os prazeres do verdadeiro Amor nu
E o doce ranger da cama que baloiça.”


E quando a amada me rouba algumas horas do dia,
Dá-me as horas da noite em compensação.”



Pedro Santos 12ºB - ESEN

17.12.06

Homenagem a Fernando Lopes-Graça


Comemoram-se hoje os 100 anos do nascimento de Lopes-Graça.

Nascido em Tomar, desde cedo se interessa pela música. Não admira, por isso, que aos catorze anos apareça como concertista no Teatro de Tomar. Em 1923, deixa Tomar e chega a Lisboa para estudar no Conservatório Nacional.
Empenhado politicamente, luta contra o regime salazarista que se instala no poder no início da década de 30. Envolve-se nos debates estéticos e ideológicos que atravessam a sociedade portuguesa de então, assumindo posições muito próximas do Partido Comunista Português. É nesta altura que compõe as célebres Canções Heróicas para dar resposta às exigências da acção política.
Contudo, não se deve nem pode julgar a sua obra artística, restringindo-a à esfera político-partidária. Citando o jornal Público, podemos dizer que angústia e esperança, portuguesismo e europeísmo, mas sobretudo uma profunda e comovente humanidade marcam o seu trajecto musical.
Da sua obra pianística, destacam-se seis sonatas, uma série de prelúdios, várias peças para concertos, álbuns e cadernos de dança, glosas, oito suites. No capítulo da música oral, deixa uma produção considerável, a saber, dezenas de Canções Regionais Portuguesas, Requiem para as vítimas do fascismo em Portugal.
Em boa hora a RDP vai lançar uma colectânea que inclui 40 obras do compositar, 13 delas nunca editadas discograficamente.

Sócrates e o Inferno

O Primeiro-Ministro, José Sócrates, está a andar tranquilamente quando é atropelado por um condutor das corridas da Ponte Vasco da Gama.Morre ali na hora. A alma dele chega ao Paraíso e dá de caras com São Pedro na entrada.
-"Bem-vindo ao Paraíso!"; diz São Pedro -"Antes que o senhor entre, há um problemazito... Raramente vemos Políticos por aqui, sabe… então não sabemos bem o que fazer com o senhor. --"Não vejo problema nenhum, basta deixar-me entrar", diz o antigo Primeiro-Ministro, José Sócrates.
-"Eu bem que gostaria de o deixar entrar, senhor Engenheiro, mas tenho ordens superiores… Sabe como é… Vamos fazer o seguinte: O Senhor passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Depois pode escolher onde quer passar a eternidade.
-"Não é necessário, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o Primeiro-Ministro.
-"Desculpe, mas temos as nossas regras. "
Assim, São Pedro acompanha-o até ao elevador e ele desce, desce, desce até ao Inferno. A porta abre-se e ele vê-se no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo, o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. · Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o Diabo, um tipo muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Divertem-se tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe.
Ele sobe, sobe, sobe e a porta abre-se outra vez. São Pedro está a espera dele. Agora é a vez de visitar o Paraíso. Ele passa 24 horas no Paraíso, junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia chega ao fim e São Pedro retorna.
-" E então??? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna."
Ele pensa um minuto e responde: -"Olha, eu nunca pensei... vir a tomar esta decisão… O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar muito melhor no Inferno."
Então São Pedro, abanando com a cabeça, leva-o de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até ao Inferno. A porta abre-se e ele vê-se no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo e com um cheiro horrível.
Vê todos os seus amigos com as roupas rasgadas e muito sujas, catando o entulho e colocando-o em sacos pretos. Repara que, por vezes, os amigos se pegam à porrada na disputa de pedaços de comida podre. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do Primeiro- Ministro.
-" Não estou a entender?!", - gagueja… - "Ontem mesmo eu estive aqui e havia um lindo campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e divertimo-nos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo, cheio de lixo mal cheiroso e os meus amigos totalmente arrasados!!!"
O diabo olha para ele… sorri ironicamente e diz:
-"Ontem estávamos em campanha.

16.12.06

Despedida

Sentada ali, ela foi acabando com a sua miserável vida.
O silêncio da noite aterrorizava ainda mais.
Antevia-se o seguinte. Sufocos, choros, gritos.
Sangue escorria pouco a pouco. A lâmina tocava bem mais fundo.
O impenetrável afinal não era assim.
Horas que pareciam agora não acabar mais.
Tudo, pouco lhe importava.
Afinal, isto era um nada no meio do sentimento
que ela nutria por um outro alguém que a fascinava
como nunca antes acontecera!
As lágrimas percorriam-lhe o rosto.
Passavam pela alma, chegavam ao coração.
Sentiam ali um vazio e logo se multiplicavam.
Surgia Joana. Menina irreconhecível,
transfigurada por ela própria.
Abatida com o desmoronar de tudo quanto possuía.
O destino que há uns tempos a fizera feliz,
fazia agora dela a paz inexistente!
A este ser já nada a alegrava.
Estado degradante. Deprimida, entristecia-se
tendo dó dela mesma.
Não era mais uma criança... inocente, pura, sensível...
mas tal como ela... chorava, desalentada!
Lembranças ia recordando, com um sorriso nostálgico…
Aquelas palavras trocadas em tempos
pareciam-lhe agora algo sem o mínimo de sentido, mas a máxima importância.
A voz que ficara presa na sua cabeça,
atordoando-a excessivamente.
Nem no silêncio da noite ela encontrava o sossego
de que tanto necessitava.
O porquê de tudo isto?
O eco suava cada vez mais, deixando-a aterrada.
Entregue a si mesma, sentia que desaparecera a única razão de ela continuar viva.
Foi-se o seu AMOR. Foi-se o seu TUDO. Foi-se até mesmo o espelho do seu próprio pensar. Restava-lhe acabar com o muito que lá ficara… o sofrimento!
Levarei comigo, e cá dentro, para sempre, o homem que me mudou,
as acções que me transformaram e avivaram…
o tudo que se evaporou num estalar de dedos.
Quer queiras ou NAO, levo eternamente o teu nome.
-E assim acabou tudo!
Fizeram-se as últimas confissões, pedidos.
Acabou ela. Continuou ele.
Sim, ele continuou a sua existência, mas, mais importante, a sua presença dentro dela!
Ouve-se o último adeus. Cai a última lágrima. Sente-se o último 'AMO-TE' !

Joana Fulgência, 12º Ano, ESEN

Carolina Salgado, Apito Dourado, Futebol e Justiça...

Julgo que, em Portugal, já toda a gente teceu comentários sobre o famoso livro de Carolina Salgado. Não me vou alongar sobre o que o mesmo contém de sórdido e de relatos trágico-cómicos. Sobre a pessoa que com ela viveu durante seis anos, agora não se faça de vítima e desgraçadinho...afinal, quem se mete com o sub-mundo das "alternadeiras" equipara-se-lhe em carácter e sabujice...
O que me leva a tecer algumas considerações relaciona-se com a prosmicuidade existente entre o mundo do futebol e a tristemente célebre justiça portuguesa. Enumera-se um conjunto de factos e situações, as pessoas que retirem as suas conclusões.
- José Veiga constituído arguido no caso "João Pinto;
- Filipe Vieira, arguido no caso "Mantorras;
- Presidente da Académica constituído arguido;
- Pinto da Costa, arguido no processo Apito Dourado; aquando da sua ida a tribunal para prestar declarações, é escoltado por membros da claque portista Super Dragões;
- Lourenço Pinto, ex-dirigente desportivo, influente advogado na cidade do Porto, casado com uma Juíza, terá avisado Pinto da Costa da sua prisão iminente, aconselha-o a fugir para Espanha e a entregar-se posteriormente à justiça;
- Valentim Loureiro, Presidente da Câmara Minicipal de Gondomar, durante anos Presidente da Liga Profissional de Futebol, constituído arguido no caso Apito Dourado. O seu vice-presidente camarário também é arguido no citado processo;
- O deputado Ricardo Bexiga, ao tempo vereador na Câmara de Gondomar, é selvaticamente agredido a mando de Pinto da Costa, segundo relato de Carolina Salgado;
- O magistrado Carlos Teixeira terá sido alvo de perseguições durante a investigação do Apito Dourado, identificando um dos perseguidores;
- O desembargador Pedro Mourão está a equacionar apresentar queixa contra um árbitro internacional, no activo, que o terá ameaçado na sequência de decisões que tomou quando exerceu funções de Presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes;
- O juíz Conselheiro António Mortágua desempenha ainda o cargo de Presidente do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol; terá dado informações a Pinto da Costa quando este tentou furtar-se à acção da justiça;
- O desembargador Gomes da Silva foi, durante anos, Presidente da Comissão Disciplinar da Liga. Demitiu-se após os incidentes à volta do caso Gil Vicente;
- O juíz conselheiro Almeida Lopes, actualmente a presidir ao Tribunal Central Administrativo do Norte, é também presidente do Conselho de Disciplina da Associação de Futebol do Porto;
- Nuno Maurício é inspector-coordenador da Polícia Judiciária de Coimbra e foi eleito no passado dia 22 de Junho vice-presidente da Naval 1º de Maio, clube da Liga de Futebol; o seu nome continua sob suspeita, no âmbito do processo Apito Dourado. A direcção da Polícia Judiciária recusou dar autorização para desempenhar o cargo para que fora eleito no citado clube;
- Almeida Pereira, procurador da República, a exercer funções no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) após insistência de outros magistrados, acabou por se retirar da lista de Gilberto Madaíl para a Federação Portuguesa de Futebol ( única lista concorrente e, portanto, com eleição asegurada);
- Jorge Ramos, procurador do departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), convidado também para a lista de Gilberto Madaíl, acabou por desistir;
- Na lista de Gilberto Madaíl, os senhores Carlos Esteves e Francisco Costa, arguidos no processo Apito Dourado, são candidatos a presidente e vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF;
- O Conselho Superior da Magistratura aconselha os seus membros a não aceitarem cargos em estruturas desportivas; apesar disso, os magistrados Jorge Santos e Jacinto Meca decidiram integrar a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol;
- 12 árbitros de futebol são constituídos arguidos no processo Apito Dourado;
Há poucos dias, a procuradora Maria José Morgado, responsável pelo processo que levou o ex-presidente benfiquista Vale e Azevedo à prisão, é convidada pelo Procurador- Geral da República para coordenar todo o processo Apito Dourado. O convite é aceite.
Tenhamos esperança que alguma coisa mude.

14.12.06

Presépio

Duas tábuas
E era um berço!

Tudo escuro...
E aluminava!

Estaria Deus lá dentro?
Fomos a ver...

E lá estava!

Pedro Homem de Melo, in Pedro 1975

12.12.06

A sinistra ministra!

E se ela fizesse uma mínima ideia do que está a fazer?


Recebi este texto que adaptei à minha maneira inserindo-lhe umas buchas aqui e ali.Mas gostava de saber quem é o autor.Para lhe dar os parabéns!O sistema educativo não estava famoso, mas não precisava, Senhora Ministra da Educação, de aparecer para estragar o resto! Vem, V/ Exa., perguntar agora o que estão 30 professores a fazer numa sala de professores? Sabe que também me coloco (e coloquei aqui) essa questão muitas vezes? E sabe o que estão lá a fazer? O que V/ Exa. mandou: a cumprir horário! Não aumentou a carga horária dos docentes? Esqueceu, foi? Tal como as utilíssimas «aulas de substituição» em que V. Exa. coloca um professor de Matemática a substituir um de Educação Física e vice-versa.V/ Exa. Manda e os professores obedecem! Não têm alternativa, não é verdade? Pode, portanto, V/ Exa. orgulhar-se dos resultados obtidos! Eles são a consequência da sua «reforma»!Mas não se preocupe pois vão piorar! Com o escabroso Estatuto da Carreira Docente que V/ Exa. inventou, os resultados só podem evidentemente piorar! Nenhuma reforma, nunca, se conseguirá impor por decreto-lei nem contra a vontade da maioria dos envolvidos! Os professores, obedientemente, cumprem e cumprirão sempre as suas ordens! Contrariados… muito contrariados… mas cumprirão! Não lhes pode é pedir que, apesar de tudo, as cumpram de sorriso nos lábios, felizes, contentes e totalmente envolvidos com as suas orientações! Não há milagres.Cumprirão e ponto final! Que é o que V. Ex.a quer.Não se pode, portanto, queixar. Continue a mandar assim e verá a tal curva de crescimento em queda absoluta. É que não pode V/ Exa. exigir que se cumpram 35 horas de serviço na escola e se venha para casa preparar fichas de trabalho… apontamentos… actividades…estratégias… visitas de estudo… grelhas… avaliações… relatórios… currículos alternativos…programas adaptados… trabalhos em equipa… etc… etc… etc. V/ Exa. Tem família? Saberá, porventura, o que é a dor de um pai que se vê obrigado a negligenciar a educação e o crescimento do seu próprio filho para acompanhar os filhos dos outros? Esquece V/ Exa. Que os professores também são pais? Também são pais, Senhora Ministra! Pais!! Que estabilidade emocional pode um professor ter se V/ Exa. resolve, 30 anos depois de Abril, impedir os professores de acompanhar os seus próprios filhos ao médico … à escola… aos ATLs? Não têm os pais que são professores os mesmos direitos dos outros pais? Conhecerá V/ Exa. a dor de uma mãe que se vê obrigada a abandonar o seu filho prometendo-lhe voltar dali a uma semana? E quer V/ Exa. motivação natural? Com a vida familiar desfeita? Não é do conhecimento público que os professores são os maiores clientes dos psiquiatras? E que é entre os professores que se encontra a maior taxa de divórcios?Porque será, Senhora Ministra? Motivação? Motivação, como? Se V/ Exa. obriga os professores a fazer de auxiliares de acção Educativa? Motivação, como? Se V/ Exa. obriga os professores a estar na escola mesmo sem alunos? Motivação como se V/ Exa. obriga a cumprir 35 horas na Escola mesmo não tendo esta os meios essenciais para que se possa trabalhar? Motivação, como? Se temos que pagar fotocópias, tinteiros para as impressoras da Escola…canetas… papel? Motivação, como? Se o clima é de punição e de caça aos mais frágeis? Motivação, como? Se lava as mãos como Pilatos e deixa tudo à deriva passando toda a responsabilidade para as escolas?Não é função de V/ Exa. resolver os problemas? Não seria mais produtivo trabalhar ao lado dos professores? Motivação, como? Se de cada vez que abre a boca para as televisões fá-lo para tentar virar toda a sociedade portuguesa contra a classe? Motivação, como? Se toda a gente percebe que o seu objectivo é dividir para esfrangalhar a classe e poupar uns cobres?Quer lá V. Ex.a saber da qualidade do Ensino para alguma coisa!.... Quer é poupar!O que vale é que por todo o país a opinião pública - e principalmente os Pais - já se estão a aperceber disso.Motivação, como? Se V/ Exa. tem feito de tudo para isolar os professores dos alunos, dos pais, dos Sindicatos, da sociedade em geral? E fica V/ Exa. admirada com os resultados? Não eram estes os resultados que esperava obter quando tomou posse e iniciou a sua cruzada contra os professores? A sua estratégia é a mesma daqueles professores que V/ Exa. acusa de não estarem preocupados com os resultados escolares dos seus alunos! Sabe, Senhora Ministra da Educação? O sucesso não depende do manual… como não depende do decreto-lei! O sucesso depende do envolvimento que o professor consegue com os seus alunos! Depende da capacidade de motivar! Depende da capacidade de o professor ir ao encontro dos interesses dos seus alunos. Depende da relação professor-aluno! A tal que V/ Exa. queria que fosse avaliada por alguém de fora da escola! A mesma que, se fosse feita a V/ Exa, daria nota zero.E, já agora, sra ministra, já que a esmagadora maioria (quase totalidade) dos seus colegas de governo são reformados - alguns 2 vezes - siga-lhes, por favor, o exemplo.Eu não me importo de trabalhar até aos setenta se V. Ex.a se reformar já. Mas da política.Pode ser?
Recebida por mail (Obrigado, V.M.)

11.12.06

Foto Histórica!

Os prémios Pulitzer são atribuídos anualmente nas áreas de Jornalismo,Literatura e Música. A origem deste galardão deve-se ao seu fundador, Joseph Pulitzer, que, na altura da sua morte, deixou parte da sua fortuna à Universidade de Columbia, Estados Unidos, e que, desde então, é outorgado pela citada instituição de ensino superior. É um dos mais prestigiados prémios a nível internacional.
No ano de 1980, uma fotografia mostrava o fuzilamento de curdos às mãos dos radicais islâmicos que haviam tomado o poder em Teerão. O autor da fotografia ficou anónimo durante vinte e seis anos, até à semana passada, altura em que o Wall Street Journal chegou à pessoa em causa. É ele Jahangir Razmi que, por medo, permaneceu durante todo este tempo no anonimato. Por ser um documento de uma época em que o ayatollah Khomeini perseguiu impiedosamente todos aqueles que não seguiam os ditames da cartilha fundamentalista islâmica, nomeadamente os curdos, aqui fica o registo para que a memória não se apague!

9.12.06

PS e a Função Pública

Não é nada que as pessoas estranhem, mas que o descaramento está a atingir o limite e as provocações são cada mais maiores, lá isso é verdade...

Função Pública
PS congela carreiras e aumenta contribuição para a ADSE
O congelamento das carreiras dos funcionários públicos e o aumento da contribuição para a ADSE até 2007 foram aprovados quinta-feira com os votos dos socialistas.

Os diplomas que vão prorrogar o congelamento das carreiras dos funcionários públicos e aumentar-lhes a contribuição para a ADSE foram aprovados, quinta-feira, no Parlamento com os votos da maioria socialista.
As bancadas parlamentares da oposição votaram contras as propostas de lei do Governo, que baixaram à comissão da especialidade para discussão.
O secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, justificou a necessidade de se prorrogar, até ao final de 2007, o congelamento das carreiras e dos suplementos remuneratórios com a necessidade de contenção da despesa pública.
João Figueiredo garantiu que o Governo está a conseguir contrariar a tendência de crescimento da despesa com o pessoal com o congelamento das promoções e progressões e com as restrições à contratação de novos funcionários.
Em resposta a críticas do deputado social-democrata Arménio Santos, que acusou o Governo de não discutir estas matérias com os sindicatos do sector, o secretário de Estado disse que a atitude do Governo tem sido de diálogo e acusou os representantes dos trabalhadores da administração pública de imobilismo perante os desafios para o futuro.
A proposta do Governo para prorrogar o congelamento das carreiras dos funcionários públicos foi criticada por todos os partidos da oposição que contestaram, nomeadamente, a forma como o Executivo socialista está a fazer a reforma da Administração Pública.
O deputado comunista Jorge Machado considerou que este diploma constitui mais um ataque aos salários dos trabalhadores da Administração Pública e defendeu que o Governo deveria apostar nas receitas e no combate à economia paralela para resolver o problema do défice, em vez de destruir serviços públicos e retirar direitos aos trabalhadores.
O secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, Manuel Santos, apresento u aos deputados o diploma que vai aumentar a contribuição dos funcionários públicos para a ADSE de 1 para 1,5 por cento.
O governante justificou este aumento com a necessidade de evitar a rotura a médio prazo do sistema de protecção social dos funcionários públicos.
Segundo Manuel Santos, as despesas da ADSE quase triplicaram desde 1995, enquanto que as contribuições dos beneficiários não chegaram a duplicar, o que tem levado o Orçamento de Estado a suportar o défice do sistema.
O deputado do CDS Pedro Mota Soares lembrou «o aumento desproporcionado» do número de funcionários públicos a partir de 1995, com Governos do PS, o que considerou ter aumentado em muito a despesa da ADSE, e sugeriu que o sistema passasse a ser gerido com mais rigor em vez de ser aumentada a carga contributiva sobre os trabalhadores.
Os deputados da oposição chamaram a atenção para o facto de os funcioná rios públicos, com este aumento contributivo passarem a descontar mais que os trabalhadores do sector privado e criticaram o facto de os pensionistas também pas sarem a descontar para a ADSE, o que representa uma quebra nas suas pensões.
Lusa
http://sol.pt

Saudade

Preciso esquecer-te,
não consigo!
É mais que urgente fingir o teu desaparecimento,
não quero!
Tento evitar proximidade,distância também nunca existiu.
São várias as fases por que passo
ainda que não me lembre de estares comigo.
Necessitei de todo o apoio
Amigo?!
Na tua ausência senti a saudade
E, por vezes, mesmo tendo-te ao lado,
parecia tudo tão pouco.
Queria-te a ti,desejaste todas!
Jurei amar-te só a ti,
dizias senti-lo por qualquer uma!
Eu avisei, perdendo a conta.
Sem excesso de inteligência emocional,
fraquejo a cada momento em que a tua pessoa me ocupa o pensamento.
Incapaz de me gerir pela razão,
as emoções dominam-me
e traduzem-se largamente nas minhas atitudes,
mesmo aquelas que era suposto não ter.
Enfim, continuas.. Ficaste!
Não intencionalmente, mas até tu notas!
desculpa...
És tudo!

Joana Fulgêncio – 12º ano - ESEN

A revolta das palavras

NÃO TÊM O DIREITO DE NOS TRATAR ASSIM !

Sinto-me insultada, humilhada" - ouvi colegas dizerem repetidamente nos últimos tempos. É em nome dos muitos docentes que partilham esta mágoa e no meu próprio que quero expressar a minha opinião. Costumo dizer que, de tanta pancada, me sinto dolorida. "Eles", leia-se Ministra e o Governo que a apoia,
Não têm o direito de me tratar assim
Sempre me senti orgulhosa e honrada por, através da minha profissão, colaborar com as Famílias na formação dos seus filhos e meus alunos e contribuir para que eles se tornassem cidadãos responsáveis e participativos nas comunidades em que se viessem a integrar. Agora apontam-me o dedo acusatório e fazem-me sentir culpada do falhanço cultural de um país?
Senhora Ministra, V. Exª que é professora, quantos anos exerceu funções docentes? Que Portugal percorreu, com malas e filhos às costas até conseguir instalar a sua vida num local definitivo e finalmente poder proporcionar alguma estabilidade à sua família ? Durante quantos anos o seu local de trabalho foi em locais remotos, com buracos no chão e no tecto, com o frio a tolher-lhe os movimentos? Quantas vezes teve alunos a necessitar, muito mais do que aprender a ler, de uma refeição quente, ou de um colo onde encontrar o afecto que lhe faltava em casa? Não sei a sua resposta, mas se o seu percurso profissional não se revê no que eu acabo de descrever, então Srª Ministra, desculpe, mas não admito que decida o que quer que seja, em meu nome e sem me ouvir!
Tenho 34 anos de serviço e, apesar de me ter quase sempre sentido desconsiderada pelos sucessivos governos do meu país, nunca desisti dos meus alunos e fui professora, enfermeira, mãe, psicóloga, assistente social e colmatei todas as situações em que as obrigações dos governos iam falhando. Obviamente, tendo iniciado funções docentes em 1972, assisti a inúmeras tentativas falhadas dos governos de introduzir medidas reformadoras no ensino, sem nunca pararem para fazer uma avaliação credível e sempre ao sabor da orientação dos Ministros que se foram sucedendo, quase sempre fingindo que ouviam os professores.
E agora, hábil e maquiavelicamente, a Ministra faz, num total desrespeito pelos docentes deste país, passar a mensagem de que a culpa do insucesso governativo na área da educação é dos professores. Assisto ao ataque mais violento que desde o regime fascista foi feito à minha condição de Docente e de Mulher, com as medidas que a Ministra propõe no novo ECD. Poderia exemplificar com inúmeras histórias de mulheres professoras que conheço mas vou falar do meu caso que representa uma faixa etária de quem, pensando até há pouco tempo estar em fim de carreira, se assombra e ainda não acredita no injusto e violento abanão que o país pela voz da Ministra lhe está a infligir:
- Com o meu tempo de serviço passarei a Professor Titular, destacando-me dos meus colegas que serão APENAS Professores ou ainda menos, candidatos a professores e assim poderão ficar indefinidamente porque o sistema de avaliação é tão repressivo que muito dificilmente poderá progredir mesmo que tenha um desempenho exemplar, porque as quotas fixarão o número de professores bons que uma escola pode ter.
- Sendo Coordenadora de Departamento, terei de avaliar os meus colegas com todos os problemas pessoais que daí podem surgir e serei avaliada pelos pais dos alunos com todo o tipo de pressões e conflitos que inevitavelmente ocorrerão.
- Terei de assistir à repressão prevista para se abater sobre as minhas colegas, Mulheres em idade fértil, que tiverem a péssima ideia de quererem realizar-se como Mães porque nesse ano não serão avaliadas e nos anos seguintes se precisarem de faltar mais de cinco dias, serão castigadas com a avaliação de Insuficiente, correndo o risco de serem afastadas da carreira !!!!! Inacreditável! Uma mulher que pretende penalizar outras mulheres por estes motivos não andou na Faculdade de Letras em Lisboa nos aos 70-74, a ser perseguida e a levar bastonadas da polícia de choque Marcelista que nos espancava, mesmo em estado de gravidez adiantada até nos fazer abortar.
- O que é DRAMÁTICO é a maneira injusta e cruel como a opinião pública está a julgar e crucificar em praça pública os professores deste país, deixando-se influenciar pelos habilidosos discursos de quem sabe que o elo mais fraco do sistema educativo são os docentes, sendo estes, portanto, o alvo ideal para o povo descarregar a sua frustração e raiva pelo rumo que o país está a tomar, em viagem vertiginosa para outra ditadura.
Lúcia Maria de Mello Serpa
Nota: Este desabafo foi recebido por mail. Como me revejo nas palavras desta minha colega, não resisto a transcrevê-la.
Por ser verdade, refira-se que, na última ronda de negociações, o Ministério "cedeu" em duas questões referidas na carta, a saber, a questão de doença e de gravidez.

8.12.06

Encenação Política

A política, hoje em dia, cada vez se joga mais num perigoso e manipulador jogo de encenações. O local privilegiado para essa representação é, por excelência, a televisão. Veja-se o caso deste governo que, como poucos, usa e manipula a (des)informação. Pouco importa o conteúdo da mensagem, releva-se, isso sim, uma frase que fique nos ouvidos e marque a agenda política.
Vem isto a propósito do encontro de Partidos Socialistas Europeus que se está a realizar no Porto.
Como as ideias são poucas, e já gastas, - lá veio de novo a famosa "estratégia de Lisboa"- deu-se destaque à estrela. De seu nome Ségolène Royal, candidata escolhida pelo Partido Socialista Francês para a Presidência da República. Na esteira de uma esquerda mais romântica que realista, mais idealista que pragmática, veremos se conseguirá ser eleita e, se for esse o caso, como implementará as medidas que diz preconizar. Que modelo social europeu concretizará ou, se, à semelhança do seu camarada Sócrates, faz precisamente o contrário.
E para comprovar essa retórica bafienta, apenas uma das afirmações que essa senhora fez:
"O Banco Central Europeu deve estar sujeito a decisões políticas e não caberá apenas ao senhor Trichet liderar as nossas economias."
Só um ingénuo que não saiba a independência e autonomia de que gozam os bancos centrais em todos os países europeus acreditará na bondade desta intenção...
Mas ela foi a a "estrela"!

Curiosidades da Língua Portuguesa


Foi numa pesquisa na Internet que, por acaso, encontrei a palavra que, dizem, ser a maior da Língua Portuguesa. E aí vem ela: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico. Quarenta e seis (46) letras!
É assim mesmo. Se quiserem, como curiosidade, ensiná-la a alguém terão mesmo que perder uns minutinhos para a decorar.
Quanto ao seu significado, a dita refere um doente com pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose (claro que tinha que ficar doente com isto…). É uma doença rara que tem, como causa, a inalação de partículas microscópicas de cinzas vulcânicas.
A origem desta (doença) palavra é greco-latina. “Pneumo” vem do grego “pneumon” que significa “pulmão, “ultra” do latim “ultra”= “além”, “microscópico” do grego “mikros”= “pequeno” e “skopein”= “examinar”, “sílico” do latim “silicium”= “pedra dura”, “vulcano” do latim “vulcanus”= “deus do fogo” e “coniose” do grego “Kónis”= “poeira”.
(Enviado por Pedro Santos)

4.12.06

A Ministra (sinistra) e os Professores


Sem comentários!

3.12.06

Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes tinha visto,
E sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como um malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Alberto Caeiro, in Guardador de Rebanhos